Vacinação contra Covid-19 é fator chave para recuperação da indústria automotiva

Para 86% dos respondentes da pesquisa Cenários para a Indústria Automobilística, esta é a política governamental de maior impacto para a retomada retomada

Por GIOVANNA RIATO, AB
  • 03/03/2021 - 20:34
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
  • 2 minutos de leitura


    Nada de redução da carga tributária ou incentivo à produção local de veículos. O maior estímulo que a indústria automotiva pode receber neste momento é a aceleração e a ampla vacinação contra a Covid-19. A conclusão é da pesquisa Cenários para a Indústria Automobilística, realizada por Automotive Business em parceria com a Roland Berger com 532 profissionais do segmento. “Para 86%, este é um fator-chave para a recuperação”, conta Marcus Ayres, sócio da consultoria.

    Ele apresentou os resultados do estudo em primeira mão durante a primeira etapa do #ABPlan – Planejamento Automotivo na quarta-feira, 3. O documento completo com as conclusões do levantamento está disponível na área Premium do evento, ao lado de uma série de outros estudos e entrevistas exclusivas. Para ter acesso, basta fazer a inscrição aqui .

    Questionados sobre quais medidas o governo deveria adotar para garantir a retomada da atividade do setor automotivo em 2021, a maioria dos entrevistados colocou o processo de imunização à frente de demandas tradicionais da indústria, como a redução dos encargos trabalhistas, da carga tributária e de incentivos à inovação e à produção.

    “A maior parte dos respondentes também apontou que as empresas vão precisar de um tempo considerável para reverter os impactos da Covid-19. Para 66%, o processo levará mais de um ano”, diz Ayres.



    MESMO COM RUPTURAS NA CADEIA DE FORNECIMENTO, OCUPAÇÃO DAS FÁBRICAS SURPREENDE



    Ayres destaca ter se surpreendido com a ocupação média de 66% da capacidade produtiva relatada pelos respondentes da pesquisa. “Pensando no enorme número de desafios que temos hoje e no contexto pandêmico, é um número interessante para a cadeia automotiva”, diz. Segundo ele, os profissionais do setor estimam que este porcentual suba para 75% até o fim de 2021.

    “Para isso, será preciso endereçar algumas questões importantes, como as quebras na cadeia de fornecedores”, diz, citando a falta de componentes na indústria automotiva nacional – especialmente eletrônicos.

    “Você não monta um carro com três rodas e esta lógica vale para muitos aspectos do veículo. Por isso, a ausência de uma peça simples tem potencial para comprometer toda a produção”, destaca.



    Além da necessidade de equalizar a oferta de componentes, a pesquisa Cenários para a Indústria Automobilística também revelou que uma série de fornecedores ainda trabalha para contornar dificuldades remanescentes do momento inicial da crise, com a busca por cortes mais severos nos custos e até processos de demissões em curso.

    EM BUSCA DE COMPETITIVIDADE, MONTADORAS INVESTEM EM INOVAÇÃO



    Quando se trata das fabricantes de veículos leves, a pesquisa revela um forte compromisso com inovação mesmo diante da emergência causada pela Covid-19. Ayres fala a respeito:

    “Não é que as empresas estejam inovando apesar da pandemia, mas motivadas por ela. A incorporação de tecnologias e o investimento em novos modelos de negócio está na agenda das lideranças por serem medidas que viabilizam a competitividade neste momento”, observa.



    Dentro desta abordagem, os respondentes do estudo apontam que a renovação do portfólio de produtos, a integração com ecossistemas de mobilidade e inovação e a adequação da estrutura operacional são pontos de destaque na agenda. Quanto se trata das fábricas, a aceleração da indústria 4.0, de soluções de manufatura enxuta e a economia de recursos são prioridade.