O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que pagamentos irregulares do auxílio emergencial chegaram a R$ 54,66 bilhões em 2020. O valor corresponde acerca de 18% dos R$ 293 bilhões efetivamente destinados ao programa durante o início da pandemia da Covid-19. Ainda segundo a Corte, 7,3 milhões de beneficiários podem ter recebido o auxílio de forma irregular e 6,4 milhões mulheres podem ter sido contempladas com a cota em dobro sem merecê-la. O balanço final das fiscalizações sobre o auxílio emergencial foi divulgado na quarta (24) pela corte de contas.
Os técnicos do TCU chamaram a atenção para o fato de que o valor desembolsado indevidamente pela União seria suficiente para bancar três parcelas adicionais de R$ 300 a 60 milhões de brasileiros.
Na última quinta (18), a Operação Terceira Parcela contra fraudes no auxílio mobilizou 200 policiais federais para buscas em 73 endereços de Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Paraíba. No fim de janeiro, reportagem da Gazeta do Povo revelou as técnicas usadas por golpistas para fraudar o auxílio emergencial.
Atualmente, está em discussão uma nova rodada do auxílio, com quatro parcelas de R$ 250 a até 40 milhões de brasileiros. Após resistir ao relançamento do benefício, a equipe econômica tem tentado limitar seu alcance para conter o impacto fiscal, já que a despesa será bancada com mais emissão de dívida pública e ficará fora do teto de gastos (que limita o avanço das despesas à inflação).