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Semicondutores
| Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro

A inovação tecnológica pode ter custos, mas há dinheiro sobrando para as empresas interessadas em implementá-las. A interpretação é de Leonardo Tavares, gerente de inovação da ABGI, uma consultoria especializada em gestão e captação de recursos, em apresentação a empresários da cadeia automotiva do Paraná promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

A indústria de peças, componentes e automóveis é uma das mais importantes no estado. Segundo polo do país, com 15% da produção nacional, a cadeia emprega cerca de 37 mil trabalhadores de forma direta.

De acordo com Tavares, somente em um dos programas públicos de fomento tecnológico para essa indústria, o Rota 2030, há R$ 1 bilhão disponível até 2023. “Quando a gente fala de fomento à inovação no país, se ouve que não há recurso, que não há ambiente propício para fomento à inovação no país. Mas quando falamos em investimento do governo em projetos de pesquisa e desenvolvimento no país, vemos que ele é responsável por 52% desse investimento. A iniciativa pública no país é a que mais investe em P&D. No lado privado, porém, apenas 34% das empresas introduziram alguma inovação no mercado. Ou seja, tem um gap entre o investimento público e a utilização desse investimento pelo setor privado para introduzir alguma inovação”, destacou.

Segundo Tavares, apenas 2.288 empresas utilizaram o benefício da chamada Lei do Bem em 2019, um número pequeno diante do universo de CNPJs dos vários segmentos econômicos brasileiros. Foram 12 mil projetos incentivados naquele ano, o último ano de prestação de contas. “Existe fomento no país e as empresas precisam começar a utilizar de fato esse recurso disponível”, disse.

O especialista indicou que há uma série de instrumentos para captar recursos para os projetos de desenvolvimento. No rol dos apoios financeiros indiretos, direcionados a empresas que já desenvolvem um projeto e precisam de incentivos fiscais para fomentá-los, existe a Lei do Bem (Lei 11.136/05, de concessão de incentivos ao desenvolvimento tecnológico), que é multissetorial, a Rota 2030 (conjunto de incentivos específicos para a cadeia automotiva), créditos de Pis/Cofins e até a Lei da Informática (de benefícios ligados à tecnologia). “É preciso olhar com carinho para a Lei da Informática, porque se pode utilizá-la também. Principalmente os sistemistas. Há uma gama grande e pode-se utilizar todas elas”, diz.

Em termos de apoio direto, é preciso desenvolver um projeto para que seja fomentado. “Há recursos reembolsáveis. São os financiamentos mais clássicos, que se pega o dinheiro emprestado e se paga com juros. Mas esses juros são mais baixos. Mas há também recursos indiretos, em que não incorrem juros”, apontou.

Para os empresários interessados em financiar seus projetos, o especialista indica ao empreendedor “conhecer bem seu portfólio de projetos e a estratégia daquele recurso que está sendo pretendido”. “Isso é muito importante para que você não fique no limbo de nunca conseguir (investimento). Diminui a burocracia que impede as empresas de buscar esses recursos”, finalizou.

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