• Carina Brito
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Embalagens da Já Fui Mandioca (Foto: Divulgação)

Embalagens da Já Fui Mandioca (Foto: Divulgação)

Para Stelvio Mazza, 34, não faz sentido o hábito de usar embalagens descartáveis em consumos rápidos. “A pessoa toma um sorvete que derrete em 30 minutos em um copo de isopor, que vai durar de 200 a 300 anos”, afirma. O paulistano é o CEO da Já Fui Mandioca, startup que produz embalagens de mandioca 100% compostáveis, que viram adubo em até 90 dias.

“A inspiração do negócio é a embalagem mais perfeita que existe: a casca de uma fruta. Seguimos a ideia de que o que vem da terra, volta para a terra. Não geramos lixo porque a embalagem vira adubo depois”, diz o empreendedor. Considerando um copo de 300 ml, os itens de mandioca consomem cerca de 100 vezes menos água comparado ao plástico e 480 vezes em relação ao papel.

Com dois anos em operação, a empresa produz as embalagens utilizando a fécula da mandioca brava, matéria-prima escolhida por ser renovável, brasileira, plantada por pequenos produtores e não servir para alimentação.

“A mandioca brava é destinada para a indústria, como a têxtil e de fabricação de cola, porque ela seria tóxica na alimentação”, explica Mazza. “Nós utilizamos a fécula da mandioca, que já é a mandioca depois de uma transformação.”

Equipe de funcionários da Já Fui Mandioca (Foto: Divulgação)

Equipe de funcionários da Já Fui Mandioca (Foto: Divulgação)

A grande dificuldade para começar, diz o empreendedor, foi criar uma inovação e tecnologia que não existe em outro lugar do mundo. A startup teve que desenvolver máquinas para a fabricação das embalagens e ter escala. Hoje, a Já Fui Mandioca tem uma demanda maior do que consegue atender. Os principais clientes são restaurantes veganos e sorveterias naturais. 

“Somos um produto de nicho porque não conseguimos vender para qualquer estabelecimento. As empresas que nos procuram se preocupam com uma causa ambiental e querem associar suas marcas a um conceito sustentável”, afirma. O preço da unidade varia de R$ 0,60, em um copo simples, a R$ 2,90, para uma embalagem maior, usada para delivery.

Recentemente, a empresa fez uma ação com o iFood no Big Brother Brasil 21, na qual os participantes receberam um delivery dentro das embalagens de mandioca da marca. Inclusive, alguns tentaram até comer as embalagens — o que não é recomendado. “Nossas embalagens não são comestíveis, não fazemos uma comunicação para isso”, diz Mazza.

Ele enxerga na procura de empresas de delivery por embalagens sustentáveis um caminho natural e a exposição no BBB 21, ele acredita, é importante para o público entender que existe uma alternativa de consumo mais consciente.

A empresa também lançou recentemente uma linha de potes para sorvetes, que se decompõe em 20 dias no jardim de casa. O produto dissolve em contato com a água da chuva.

Embalagens da Já Fui Mandioca viram adubo (Foto: Divulgação)

Embalagens da Já Fui Mandioca viram adubo (Foto: Divulgação)

Essa matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Conheça o projeto aqui.

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