Governo de SP – Teste da vacina CoronaVac em São Paulo: esperança e briga

Nos últimos dias, notícias diversas pelo mundo acenderam a luz da esperança de que, enfim, possamos estar nos aproximando do ‘começo do fim’ da pandemia do novo coronavírus. Em países como Rússia e Reino Unido, por exemplo, já teve início a vacinação em massa para imunizar a população. No Brasil, São Paulo anunciou a intenção de iniciar a aplicação da CoronaVac, desenvolvida em parceria internacional entre o Instituto Butantan e a biofarmacêutica Sinovac Biotech, em 25 de janeiro. Curitiba, por sua vez, já separou R$ 20 milhões para comprar a vacina produzida pelo Butantan.

Diante de tantas e tão boas novas, uma pergunta, recorrente em tempos pandêmicos, ganha ainda mais força. Afinal, quando poderemos, enfim, retornar à esperada ‘normalidade’? Quando medidas como distanciamento social e o uso rotineiro de máscara poderão ser aliviadas ou até mesmo deixadas de lado?

A palavra-chave, ao que tudo indica, é paciência. Isso porque, ao menos por ora, não é de se esperar que ocorra tão rapidamente a imunização massiva da população curitibana, conforme revelou ao Bem Paraná a superintendente de gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flávia Celene Quadros.

“Temos de entender que a vida não voltará ao que era, serão no mínimo dois anos assim. Se tivermos no próximo ano vacinas para profissionais de saúde e idosos, estaremos muito felizes. Outros grupos, no final de 2021, [começo de] 2022”, disse Flávia, fazendo um apelo ainda à população para que respeite as medidas de prevenção principalmente no período de festas e diante da possibilidade de redução do número de novos casos em Curitiba, o que é esperado para ocorrer em cerca de 10 dias, tendo em vista que a adoção de estratégias de isolamento social surte efeito, em média, de 10 a 14 dias após o início da medida (mesmo período de incubação do vírus).

“Véspera de Natal, Ano Novo, esperamos que a população entenda que essas medidas [distanciamento social, uso de máscara e não aglomerar] têm de ser tomadas. Vai durar um grande período, não pode haver relaxamento. Daqui a pouco os dados [de casos novos e mortes] diminuem e a população entende que pode relaxar, afrouxar. Mas vamos ter de conviver com isso”, finaliza.

Paraná reserva R$ 200 mihões e age para trazer vacinas
Ontem, o governo do Paraná participou de uma reunião com o Ministério da Saúde e, após o encontro, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou acreditar “no Programa Nacional de Imunização (PNI), uma das grandes conquistas da saúde pública”, ressaltando ainda que o governo federal garantiu “distribuição igualitária e volume necessário de imunizantes para atender todo o País, desde que aprovados pela Anvisa.”

A nota da Sesa ainda afirma que “o Governo do Estado do Paraná está agindo para trazer vacinas com eficácia garantida e que possam ser usadas com segurança pela população no menor tempo possível”, sendo que já foram reservados R$ 200 milhões para a aquisição do imunizante que apresentar os melhores resultados. “O Estado está aberto a negociar com todos os laboratórios que vêm testando vacinas contra o coronavírus, mas aguarda liberações do órgão regulador federal”, finaliza ainda a nota.

Quando poderia começar a imunização da população da Capital?

Se Curitiba já garantiu a aquisição de doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan, quando deve ter início a vacinação por aqui? E a resposta, na realidade, é que ainda não há resposta quanto a isso.

Em São Paulo, o governador João Doria anunciou que a intenção é iniciar a imunização dos paulistas no final de janeiro. Segundo o governo paulista, para outros estados serão disponibilizadas 4 milhões de doces da vacina. Em tese, então, seria possível que a vacinação por aqui tivesse início já em janeiro de 2021, priorizando os profissionais de saúde da cidade num primeiro momento.

Para que isso ocorra, contudo, é preciso que a Anvisa, primeiramente, aprove a vacina. E aí já há um empecilho, já que os dados da última etapa (a fase 3) da pesquisa para desenvolvimento do produto ainda não foram entregues ao órgão sanitário (o que deve ocorrer na próxima semana). Além disso, há tempos o governo paulista (personalizado em Doria) e o governo federal (liderado por Bolsonaro) vem protagonizando diversos embates políticos e até mesmo ideológicos, no que tudo indica ser uma espécie de prévia da disputa pelo Palácio do Planalto, em 2022, o que aumenta ainda mais as incertezas.

Boletins

Na Capital, casos ativos estão acima dos 14 mil

Curitiba registrou, ontem, 1.114 novos casos de Covid-19 e 11 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus, conforme boletim da Secretaria Municipal da Saúde. Nove desses óbitos ocorreram nas últimas 48 horas.final, isso que importa”, finaliza.

Apesar dos números aparentemente estáveis, os casos ativos ainda preocupam. São 14.112 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus. Foi o segundo dia seguido com a marca acima dos 14 mil contaminados ativos.
Até agora são 1.862 mortes e 89.607 moradores de Curitiba testaram positivo para a covid-19 desde o início da pandemia.

Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem mais 2.123 casos confirmados e 68 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. O boletim registra também 2.453 casos retroativos do período entre 28 de maio e 6 de dezembro. Eles estavam em investigação, foram confirmados e automaticamente computados no sistema.

Os dados acumulados do monitoramento da Covid-19 mostram que o Paraná soma 306.034 casos e 6.481 mortes pelo novo coranavírus.

Brasil
Ontem, foram registradas 842 novas mortes pela Covid-19 e 51.088 novos casos da doença no Brasil. Os óbitos em consequência da pandemia do novo coronavírus totalizavam 178.159 até ontem. O número de pessoas infectadas pelo vírus desde o início da pandemia atingiu 6.674.999.