O mês de julho segue com vendas diárias de veículos abaixo de 8.000 unidades, número considerado crítico pelo setor automotivo.
Segundo dados prévios do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), a média das três primeiras semanas estava em 7.600 licenciamentos/dia, aproximadamente. O número inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.
Em julho de 2019 —portanto, antes da pandemia de Covid-19— as vendas diárias ficaram em 10,6 mil unidades. No ano seguinte, em meio ao descontrole da crise sanitária, o mês registrou a média de 6.970 veículos emplacados por dia.
A escassez de semicondutores —itens eletrônicos presentes em larga escala em veículos, computadores e smartphones— segue como o principal problema do setor.
Volkswagen, Hyundai e General Motors têm feito paradas em diferentes fábricas neste mês, com interrupção total ou parcial da produção.
Segundo cálculo feito pela consultoria BCG e apresentado pela Anfavea (associação das montadoras), cerca de 120 mil automóveis deixaram de ser produzidos no primeiro semestre devido à falta dos componentes eletrônicos.
A entidade que representa as fabricantes prevê que a estabilidade virá a partir do segundo trimestre de 2022, mas há alguns sinais de otimismo vindo das empresas.
Embora esteja com a fábrica de Gravataí (RS) paralisada há meses, a GM confirma quatro lançamentos até o fim deste ano.
Uma imagem divulgada pela fabricante antecipa a chegada de novas versões da picape S10 (feita em São José dos Campos, interior de São Paulo) e do modelo médio Cruze, que é montado na Argentina. O elétrico americano Bolt e o utilitário mexicano Equinox também serão renovados.
Em breve, a Fiat começará a vender o SUV compacto Pulse, que será feito em Betim (MG) junto com o hatch Argo. Outra novidade do grupo Stellantis será o Jeep Commander, modelo de sete lugares com produção em Goiana (PE) e estreia prevista para o fim do ano.
A Hyundai Motor do Brasil prepara a chegada da segunda geração do Creta, utilitário compacto feito em Piracicaba (interior de São Paulo). Além do novo desenho, o carro terá opções com motor 1.0 turbo flex.
Entre nacionais e importados, os lançamentos comprovam que as montadoras colocam fé em uma recuperação ainda no segundo semestre, com fornecimento mais regular de componentes.
Entretanto, as filas de espera devem permanecer. A Anfavea estima que os compradores têm de esperar, em média, três meses para começar a dirigir seu carro novo.
Com a demanda aquecida e os estoques baixos, muitos dos que investirem nos lançamentos previstos para 2021 só irão recebê-los no início de 2022.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.