Ano será emocionante, diz Mercedes-Benz sobre falta de componentes

Produção de caminhões da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo: falta de componentes ameaça recuperação

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 24/02/2021 - 20:45
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A Mercedes-Benz também acusa o golpe da falta de insumos e componentes de diversos tipos, que já causou interrupções pontuais da produção e ameaça a recuperação das vendas este ano, que fica limitada pela falta de produtos a entregar. Segundo a fabricante de caminhões e ônibus, a equipe de compras está fazendo o possível para manter as linhas abastecidas, mas encontra problemas no fornecimento e na logística global, que segue desorganizada pela pandemia de coronavírus.





    “Temos diversas disrupções em toda a cadeia global de suprimentos com a falta de diversos componentes e insumos. As linhas logísticas internacionais também estão com dificuldades de organização. Estamos resolvendo caso a caso. Vamos brigar para não perder nenhuma entrega de caminhão aos nossos clientes”, disse Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz do Brasil.

    Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus, reconhece que o problema ainda pode durar vários meses à frente: “Os atrasos na produção ainda estão longe de serem resolvidos. Continuamos com falta de diversos insumos, como aço, borracha, plásticos e componentes eletrônicos. Estamos dando o nosso jeito, mas o problema não é só nos fornecedores, é também na cadeia logística, com interrupções de linhas marítimas e pouca disponibilidade de transporte aéreo, que ficou muito caro e sem espaço nos porões porque os voos foram reduzidos. Devemos ter um ano emocionante pela frente até que a situação volte ao normal.”

    Quando os pedidos da indústria automotiva foram cancelados com o intensificação da pandemia de coronavírus no mundo durante o primeiro semestre de 2020, boa parte dos fornecedores globais de chips semicondutores, essenciais para a produção de componentes, processadores e módulos eletrônicos cada vez mais presentes nos veículos atuais, deslocaram o fornecimento para outros setores industriais, como eletrodomésticos e smartphones. O resultado agora é a falta desses itens no setor automotivo que está paralisando fábricas ao redor do mundo todo. “Digo aos clientes que a cada TV vendida é um caminhão a menos produzido”, compara Leoncini.