São Paulo – Dois temas desafiadores foram considerados como prioridades por Airton Cousseau, desde março presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, em suas operações regionais: eletrificação e exportação. Sua intenção é transformar a fábrica de Resende, RJ, em hub regional de fornecimento de veículos e tornar a marca líder em elétricos no País.
Ele sabe que a sua missão não é fácil: “Não estamos aqui para fazer o fácil, mas sim para fazer o certo. E temos esse desafio na mão: para exportar mais precisamos ter maior localização de peças”.
O trabalho começará com o Kicks, SUV produzido em Resende e que já é exportado para Paraguai e Argentina, país onde tem feito muito sucesso e já começa a provocar a necessidade de ampliar os volumes. Cousseau acredita que o Kicks pode desembarcar em outros países da região. A missão agora é colocar os projetos na mesa, fazer contas e chegar a uma equação que faça sentido.
Fundamental, como ele adiantou, é ampliar a localização de peças em componentes. Cousseau não entrou em pormenores, mas deixou claro que buscará ampliar as compras de peças produzidas por fornecedores brasileiros: "Nos deixa mais competitivos e ainda valorizamos a indústria nacional”.
O presidente da Nissan dirigiu, no passado, a operação mexicana da Nissan. Lá existe uma fábrica, em Aguascalientes, dedicada à produção do Sentra que, na sua opinião, apresenta índices que a tornam exemplo de produtividade. Claro que produzir apenas o Kicks em Resende não é seu objetivo, mas o executivo confessou que pretende manter um portfólio enxuto no País.
“Não quero muitos produtos no portfólio. Nossa intenção é ter bons produtos, que sejam bem posicionados em seus segmentos.”
Nas próximas semanas a Nissan deverá apresentar novidades com relação à eletrificação. Avanços no projeto de SOFC, a célula combustível de óxido sólido que funciona com etanol, é um dos temas. Outro é o próprio avanço do Leaf no mercado nacional.
“Retomaremos, com muita força, esse tema. Era para ter acontecido antes, mas a crise dos semicondutores afetou a produção em Sunderland, Inglaterra, e atrapalhou nossos planos.”
Os elétricos, segundo ele, não serão a única solução e conviverão com modelos com outros tipos de powertrain. E sua expectativa sobre os eletrificados, aí incluídos os híbridos, no Brasil é elevada: seus cálculos, com base em estudos de consultorias especializadas, indicam que representarão 14% das vendas do mercado brasileiro já em 2025.
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