EBC/ Agência Brasil

A cada vez que é preciso fazer as rotineiras compras de mercado, a sensação é de que os protudos estão subindo de preço, ficando mais e mais caros. Infelizmente, porém, não se trata apenas de uma sensação. E a prova disso é que desde que a pandemia do novo coronavírus começou a atingir Curitiba, em março do ano passado, o preço de alguns alimentos básicos chegaram a quase dobrar na capital paranaense.

Para descobrir quais itens do nosso dia a dia ficaram mais caros nos últimos tempos, o Bem Paraná apelou para dois bancos de dados diferentes mantidos pela Prefeitura de Curitiba e cujo acesso é público. Um deles é o Disque Economia, atualizado até março do ano passado e que consultava e registrava o preço de 302 itens que eram coletados em diferentes supermercados de Curitiba. O outro é o Clique Economia, lançado no começo de março deste ano, também numa iniciativa da Prefeitura de Curitiba, e que na prática veio para substituir o serviço anterior do município.

Ao todo, foram levantados os preços, nos dias 28 de fevereiro de 2020 e 22 de junho de 2021, de oito produtos diferentes que compõem a cesta básica. São eles: óleo de soja, arroz parboilizado, leite longa vida integral, carne bovina, feijão preto, açúcar refinado, farinha de trigo, café e ovos. Para estabelecer o comparativo entre os dois  períodos, analisou-se os dados coletados para sete supermercados pesquisados nas duas datas referidas, sempre se considerando os menores preços, independentemente da marca.

Os resultados mostram que, proporcionalmente, produtos como óleo de soja (+96,70%), feijão preto (+95,25) e arroz parboilizado (+84%) foram os que mais encareceram entre o período ‘pré’ e ‘pós-pandemia’.

A lata de 900 ml do óleo de soja, por exemplo, era vendida a R$ 3,77 no ano passado, em média. Neste ano, já estava saindo por R$ 7,42, conforme as informações levantadas por meio do Clique Economia. O feijão preto, por outro lado, subiu de R$ 4,35 para R$ 8,49 o custo do pacote de 1 quilograma, enquanto o arroz parboilizado (pacote de cinco quilos) passou de R$ 11,35 para R$ 20,89.

Outro item com uma alta ‘destacada’ foi a carne bovina. No final de fevereiro do ano passado, o quilo do patinho sem osso era encontrado nos mercados por R$ 26,40, em média. Em junho deste ano, já estava custando R$ 42,10, uma variação de +59,48%.

Por fim, os produtos que tiveram menor variação no período analisado foram o café a vácuo (pacote de 500 gramas) e os ovos tipo grande branco (caixa com uma dúzia), com altas de 20,32% e 2,5%, respectivamente. O primeiro passou de R$ 8,29 para R$ 6,89, enquanto o segundo subiu de R$ 6,47 para R$ 6,63.

Diferença entre mercados pode superar os 70%

Ainda com base nos dados do Clique Economia, é possível constatar que, nos supermercados de Curitiba, o preço dos nove gêneros alimentícios que compõem a cesta básica podem variar até mais de 70% de um estabelecimento para outro. O acompanhamento do serviço é feito diariamente em sete estabelecimentos da capital.

O café a vácuo (pacote de 500 gramas), por exemplo, variava ao final do último mês entre R$ 5,99 e R$ 10,39 nos supermercados analisados, uma diferença de até 73,46%. A diferença no custo dos ovos, por outro lado, chegava a 60,12%, variando entre R$ 4,99 e R$ 7,99 o valor da dúzia, enquanto a diferença no preço do quilo de carne bovina (patinho sem osso) chegava a 40,11%, custando entre R$ 34,90 e R$ 48,90.

Para consultar o preço de diferentes produtos em diferentes supermercados de Curitiba, basta baixar o Curitiba APP ou acessar diretamente o site cliqueeconomia.curitiba.pr.gov.br

No Paraná, o Aplicativo Menor Preço também ajuda a economizar. O app permite a comparação de preços de produtos, de forma instantânea, em diversos estabelecimentos – já são mais de 100 mil cadastrados em todo o Estado.

Preço dos combustíveis sobe até 16% em três meses

Não é só a compra no mercado que tem ficado mais cara. Em Curitiba, o preço dos combustíveis também teve uma importante variação nos últimos três meses, com altas que chegam a até 16%, aproximadamente, conforme dados do Sistema de Levantamento de Preços (SLP), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em abril, por exemplo, a gasolina comum foi vendida por, em média, R$ 5,118 nos postos de combustíveis da capital paranaense, com o valor do litro variando entre R$ 4,899 e R$ 5,35. Em junho, esse valor médio já subiu 3,4% na comparação com o quarto mês do ano, chegando a R$ 5,292 (e com variação entre R$ 5,099 e R$ 5,599).

Já o etanol hidratado teve um aumento ainda mais expressivo, de 15,78%, com o valor médio do litro do combustível subindo de R$ 3,681 para R$ 4,262. Em abril, o produto era encontrado por algo entre R$ 3,399 até R$ 4,099. Neste mês, os valores já variam entre R$ 4,08 e R$ 4,699.