Setor Automotivo

Novo Jeep Renegade: o que esperar da próxima geração do SUV mais vendido do Brasil?

Modelo traz visual atualizado e motor turboflex para enterrar críticas ao desempenho

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Vitor Matsubara
  • 08/02/2022 - 11:02
  • 2 minutos de leitura

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    A trajetória da Jeep no Brasil pode ser dividida em dois momentos: antes e depois do Renegade. O SUV compacto estreou em 2015 com a difícil missão de reestruturar as operações da empresa no país. O modelo também inaugurou a produção local da marca, no Polo Automotivo Jeep.  Deu certo: sob o comando da FCA - Fiat Chrysler e, posteriormente, nas mãos da Stellantis, a Jeep alavancou suas vendas e ampliou sua linha de produtos nacionais com dois novos projetos (Compass e Commander).

    Mesmo com uma gama bem mais robusta do que há seis anos, todo mundo sabe que o Renegade ainda é “a menina dos olhos” da Jeep. É por isso que a marca vai investir pesado na segunda atualização do modelo - a primeira aconteceu em 2019. Em breve, chega ao mercado uma linha atualizada do modelo, mas o que esperar dessa revitalização?

    Design muda pouco

    O design é uma das grandes virtudes do Renegade, e esse é o motivo pelo qual a Jeep não fez mudanças radicais.Tendem a permanecer os charmosos faróis redondos e as sete barras verticais que formam a grade frontal - uma referência direta aos lendários Jeep CJ que foram usados à exaustão em guerras. O estilo, porém, será atualizado e ganhou um pouco mais de presença.

    Na traseira, o Renegade traz novas lentes nas charmosas lanternas quadradas, que preservam os elementos em formato de “X” inspirados nos galões de gasolina dos jipes militares. 

    A cabine ganha algumas atualizações pontuais, como o volante de três raios do Compass e a opção de painel digital nas versões mais caras. A central multimídia preservou a tela de 8,4 polegadas nas configurações topo de linha, como a Trailhawk, a única que ostenta o selo “Trail Rated”, uma espécie de “atestado” de suas habilidades no fora-de-estrada.

    Só com motor flex

    A maior novidade, porém, está longe dos olhos. O motor 1.3 turboflex vai entregaar até 185 cv e torque máximo de 27,5 kgfm quando abastecido com etanol. Será dele a missão de acabar com a fama do preguiçoso motor 1.8 flex, que, apesar dos 139 cv, não agradava quem gosta de pisar mais fundo.

    De quebra, o novo conjunto (que é conhecido comercialmente pela sigla T270, em referência ao torque máximo em Nm) também vai aposentar o 2.0 turbodiesel. Até então, o motor equipava apenas as versões com tração nas quatro rodas, mas a baixa participação no mix de vendas da linha (menos de 10%, segundo a própria Jeep) determinou seu fim.

    Sendo assim, o Renegade será vendido apenas com o motor 1.3 turboflex nas versões com tração 4x2 e 4x4. Serão duas transmissões disponíveis: a automática de seis marchas será associada às versões com tração dianteira e a automática de nove velocidades virá nas configurações com tração nas quatro rodas.

    Carro certo na hora certa

    Os números atestam a importância do Renegade para a Jeep. De 2015 para cá, o modelo já vendeu mais de 350 mil unidades. No ano passado, ele fechou 2021 na liderança do segmento de SUVs compactos e, em janeiro, teve mais de 5 mil unidades emplacadas.

    “O Renegade foi o grande responsável pelo ‘relançamento’ da marca Jeep no Brasil e é um produto que caiu nas graças do público. Ele trouxe um design agradável em um SUV com dimensões interessantes, preços competitivos e com uma marca muito forte por trás disso. Foi um casamento perfeito que alavancou a exposição da marca e abriu alas para o Compass e outros produtos da Jeep”, pondera Flavio Padovan, sócio da MRD Consulting.

    Para o especialista, a Jeep soube entender o que o consumidor brasileiro desejava, como fez a Ford em meados dos anos 2000 quando lançou o EcoSport.

    “Esse segmento foi inventado no país pela Ford com o EcoSport, e foi uma tacada muito certeira que pegou todo mundo de surpresa na ocasião. Era um produto derivado do Fiesta com uma ideia genial de trazer suspensão elevada e outros elementos de SUVs. Só que, nos anos seguintes, enquanto o EcoSport foi perdendo o reinado por conta das atualizações de produto e do posicionamento de preço, a Jeep veio com uma força tremenda da marca e um produto que instigou a concorrência a vir atrás”, analisa.

    O consultor, que já ocupou cargos executivos em Ford e VW e chegou a ser presidente da Jaguar Land Rover no Brasil, afirma que os SUVs não fazem sucesso por acaso. “O SUV é um produto que caiu nas graças do brasileiro por ser muito propício para o Brasil por conta das ruas alagadas e do piso esburacado. E ainda existe a sensação de segurança muito grande que esse tipo de carro proporciona”, conclui Padovan.