Frankin de Freitas – Em 2022

O Paraná luta para não registrar, pelo quarto ano consecutivo, queda nas coberturas vacinais do calendário básico de imunização. Segundo dados extraídos do Sistema de Informações do Plano Nacional de Imunizações (SI-PNI), em 2021 apenas 81% das crianças que deveriam ser atendidas foram vacinadas. Em 2022 esse porcentual estava em 31,5% até ontem, sendo que a meta de cobertura vacinal varia entre 90% e 95% do público.

A queda na cobertura vacinal do Paraná segue uma tendência nacional e teve início em 2016. Desde então houve uma pequena recuperação em 2018, mas em 2020 o estado já registrava patamares similares aos anos 2000. Para piorar, houve uma nova redução em 2021, de 7,6%, o que fez a cobertura atingir o menor nível no estado desde 1995.

Com um contingente cada vez maior de paranaenses deixando dese imunizar, emerge o risco de se criar uma geração de pessoas suscetíveis à doenças contagiosas, algumas delas, inclusive, que estavam eliminadas ou em baixíssima circulação em todo o país.

Cada doença tem uma cobertura vacinal indicada, de acordo com a capacidade de transmissão. Para a meningite e o HPV, por exemplo, esse porcentual é de 80%. Para o rotavírus, o influenza e a tuberculose, é de 90%. E para as demais vacinas, de 95%. No entanto, os dados do SI-PNI mostram que o Paraná não conseguiu atingir a meta em nenhum dos casos no ano passado, com a cobertura vacinal para as doenças variando entre 84,7% (tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba) e 79,3% (BCG, que protege contra formas graves de tuberculose).

Neste ano, o problema persiste. Exemplo disso é que o Ministério da Saúde teve de estender a campanha de vacinação contra a gripe e o sarampo recentemente. Em princípio, a campanha iria até o dia 3 de junho, com meta de vacinar entre 90 e 95% do público-alvo. Entretanto, apenas 47% se vacinaram contra a gripe e 35,3% contra o sarampo. Agora, o estado ganha mais algumas semanas para se aproximar da meta, com a campanha prorrogada até 24 de junho

Além disso, as dez vacinas de rotina (BCG, Febre Amarela, Hepatite A, Hepatite B, Meningocócica, Pentavalente, Pneumocóccica, Poliomielite, Rotavírus Humano e Tríplice Viral) também estão com coberturas abaixo do necessário, com valores variando neste ano entre 34,7% (tríplice viral) e 29,2% (hepatite A). Entre as 27 unidades da federação, o Paraná apresenta a 10ª menor cobertura vacinal no ano corrente, com 31,53%, atrás apenas de estados da região Norte (Acre, Roraima, Pará e Amapá), Nordeste (Maranhão, Paraíba e Bahia) e Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo).

Dia D de Vacinação busca ampliar cobertura entre a população paranaense

O Paraná promove no próximo sábado, 11 de junho, o Dia D de Vacinação, iniciativa que vista a atualização da carteirinha da população em geral, seja nas estratégias de rotina ou nas campanhas vigentes do Ministério da Saúde. A ação foi proposta justamente por causa da baixa cobertura dos imunizantes elencados no esquema vacinal primário e tem como objetivo ampliar a proteção vacinal nos 399 municípios paranaenses, em pessoas de todas as idades e grupos prioritários.

“Precisamos que essas pessoas que não estão com as vacinas em dia, procurem um posto de vacinação no seu município e atualizem a carteirinha. As vacinas são nossa principal ferramenta para combater as doenças, e se não nos prevenirmos poderemos contribuir para uma maior disseminação desses vírus e infecções”, ressaltou César Neves, secretário de Estado da Saúde.

Conforme a Sesa-PR, os paranaenses apresentam uma cobertura vacinal baixa contra a gripe e o sarampo. Além disso, há 1,3 milhão de pessoas que não tomaram a segunda dose (D2) da vacina contra a Covid-19 e 4,3 milhões são considerados como “faltosos” na dose de reforço (DR). Para piorar, a cobertura das dez vacinas de rotina também estão com coberturas abaixo do necessário.

Curitiba inicia amanhã aplicação da 4ª dose anticovid nas pessoas com 50 anos ou mais

Nesta quarta-feira (8), Curitiba começa a aplicação da 4ª dose da vacina contra a covid-19 para pessoas com 50 anos ou mais. Os primeiros a receberem serão os nascidos em 1962 e 1963, vacinados com a 3ª dose até 8/2/2022. A convocação para a 4ª dose será feita pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de forma escalonada, por faixa etária, a partir dos mais velhos.A vacinação será realizada em 107 unidades de saúde, das 8h às 17h, e vai respeitar um intervalo mínimo de quatro meses a partir do 1º reforço (ou 3ª dose, para quem tem esquema vacinal inicial com Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer; para quem recebeu a Janssen, o 1º reforço equivale à 2ª dose).

A vacina a ser utilizada para a dose de reforço deverá ser das plataformas de mRNA (Pfizer) ou vetor viral (Janssen ou AstraZeneca). A ampliação para este novo grupo (50 a 59 anos) foi incluída no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) de Vacinação Contra a Covid-19 do Ministério da Saúde, diretriz que Curitiba segue para a imunização contra o coronavírus.

Esta nova dose oferece uma proteção extra contra o coronavírus, evitando agravamentos dos quadros de contaminação, reduzindo o número de internamentos e óbitos e também minimizando o reflexo de sequelas.

“Curitiba apoiou a solicitação do governo estadual ao Ministério da Saúde para a ampliação da população que recebe a 4ª dose e, por isso, vamos iniciar mais esta etapa de proteção aos curitibanos”, destaca a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

RÁPIDA

Dia da Imunização

Nesta quinta-feira, 9 de junho, o Brasil celebrará o Dia da Imunização, cujo principal objetivo é chamar a atenção para a importância das vacinas, tanto para o indivíduo como para a saúde coletiva. Segundo o Ministério da Saúde, manter a vacinação em dia, mesmo na fase adulta, é um dos melhores métodos para evitar doenças e infecções. Ao entrarem no organismo, as vacinas, que possuem moléculas mortas ou atenuadas, fazem com o que o sistema imunológico reaja e produza os anticorpos necessários à defesa contra os agentes, o que torna o corpo imune a eles e às doenças que eles causam.