Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus Selic juros

Escalada da Selic ameaça o consumo

Todos os produtos e serviços vão ficar ainda mais caros com a taxa básica de juros a 10,75%

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

É provável que a maioria dos brasileiros não saiba bem o que seja a taxa Selic –que serve de base para os juros da economia. Mas é importante que todos prestem atenção à escalada da Selic, porque todos os produtos e serviços, de alguma forma, vão ficar ainda mais caros com esta taxa a 10,75%, o maior patamar desde 2017.

E o que nós, consumidores, que não somos investidores, nem ministros da Economia ou banqueiros, temos a ver com isso? A Selic, que entre agosto de 2020 e os primeiros dias de março de 2021 estava em 2% –​menor índice da história–, tem subido desde então para combater os altos índices de inflação. Está muito mais difícil, por exemplo, comprar um imóvel financiado.

Quando o dinheiro fica mais caro, a economia é contraída, crescendo menos, ou até recuando. Com menor atividade econômica, haveria menos espaço para reajustes de preços, e a inflação, teoricamente, se estabilizaria e cairia.

Sede do Banco Central em Brasília - Adriano Machado - 29.out.2019/Reuters

Ocorre que a cotação do dólar continua muito elevada, e isso empurra os preços para cima, principalmente os das chamadas commodities —soja; carnes bovina, suína e de frango; açúcar; café etc. Além disso, mesmo com queda de consumo, os preços dos combustíveis e do gás de cozinha continuam em alta, bem como a conta de luz. Lamentavelmente, temos o maior juro real do mundo!

Ou seja, de um lado há a estagnação da economia, de outro a inflação elevada, o que configura o inferno da estagflação. Tudo fica mais caro, ao mesmo tempo em que há menos emprego e renda achatada.

E o que nós, simples mortais, podemos fazer para mudar este cenário tão ruim? Eleger deputados, senadores, governadores e presidente da República que cortem despesas inúteis —como o orçamento secreto do Congresso Nacional–, e que invistam em educação, ciência e tecnologia, e saúde.

Melhor ainda se reajustarem a famigerada tabela do IR (Imposto de Renda), pois milhões de brasileiros que seriam isentos continuam pagando este tributo. O que pagam de IR deixa de ser utilizado na compra de produtos e serviços, o que reduz o padrão de vida e dificulta o reaquecimento da economia.

Quanto ao desperdício de dinheiro público, um exemplo: em dezembro último, em quase metade dos mais de R$ 4 bilhões em emendas parlamentares não havia nome de congressistas identificados. Ou seja, não foram divulgados publicamente os responsáveis pelos pedidos.

Enquanto isso, os juros básicos da economia sobem, adiando a retomada dos negócios e dos empregos, e a recuperação da renda das famílias.

As associações da sociedade civil deveriam acompanhar de perto esses processos, cobrar, denunciar e envolver a coletividade. Esse é o nosso papel!

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.