Franklin de Freitas – Setor também teve que se adaptar à pandemia

Considerado essencial para o comércio varejista, o setor supermercadista foi um dos poucos que conseguiu se manter em pleno vapor mesmo durante o auge da crise sanitária e agora colhe os frutos desse movimento. É o que mostra um levantamento realizado pela Geofusion, empresa que atua no segmento de inteligência geográfica no país, o qual revela que, no Paraná e no Brasil, o ritmo de abertura de supermercados no primeiro semestre deste ano superou até mesmo o índice registrado no período pré-pandemia.

No país, por exemplo, enquanto o primeiro semestre de 2020 teve 8,4% novas lojas a mais que no mesmo período do ano anterior, nos seis primeiros meses de 2021 o número de novas unidades registrou alta de 43,9%. Só no Paraná foram cerca de 1,8 mil inaugurações ao longo dos seis primeiros meses deste ano, com uma média de 300 inaugurações por mês ou ainda 10 estabelecimentos abrindo as portas a cada dia.

Em números absolutos, apenas os estados de São Paulo, com abertura de quase sete mil lojas; Bahia; com quase quatro mil unidades; Minas Gerais, com 3,3 mil; Rio de Janeiro , com 2,6 mil; Rio Grande do Sul e Ceará, ambas com aberturas de aproximadamente 2,2 mil unidades; tiveram resultados mais expressivos que o paranaense.

Essa expansão, aponta ainda a Geofusion, reflete, em parte, o adiamento de inaugurações ainda em 2020, por conta do início da pandemia. Além disso, o fato de as pessoas terem ficado mais tempo em casa, com o aumento do consumo de alimentos nos domicílios, e o pagamento do auxílio emergencial, que garantiu renda mínima aos mais vulneráveis, também ajudou a manter o setor aquecido – desde 2015 o segmento de supermercados tem apresentado tendência de expansão.

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Quinto com mais supermercados no país

Conforme o “Raio-X dos Mini, Super e Hipermercados no Brasil”, também divulgado pela Geofusion, o Paraná soma, ao todo, 10.794 estabelecimentos supermercadistas. Na região Sul, apenas o Rio Grande do Sul (12.472) possui mais estabelecimentos, enquanto no restante do país Bahia (12.002), Minas Gerais (17.800) e São Paulo (35.484) ainda aparecem na frente do estado paranaense.

Um dos fatores que coloca o Paraná como destaque nacional, inquestionavelmente, é o poder de compra da população. Não à toa, a estimativa anual per capita de consumo de alimentos no domicílio dos paranaenses é uma das maiores do país, avaliada em R$ 2,26 mil. No Brasil, apenas Rio Grande do Sul (R$ 2,6 mil), São Paulo (R$ 2,56 mil), Santa Catarina (R$ 2,56 mil), Amapá (R$ 2,52 mil), Distrito Federal (R$ 2,5 mil) e Rio Grande do Norte (R$ 2,44 mil) apresentam consumo de alimentos per capita anual maior.

Setor cresce mesmo em meio à crise

Mesmo em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, o setor supermercadista seguiu e segue em crescimento no Paraná. Em 2020, por exemplo, um estudo divulgado pela Secretaria da Fazenda identificou alta de 11% nas vendas em supermercados e hipermercados do Paraná, com altas especialmente expressivas na comercialização de alimentos como cereais, farinhas, sementes, café, chá e etc (+29%), frutas, verduras e raízes (+24%) e carnes, peixes e frutos do mar (+22%).

Já em 2021, a Pesquisa Conjuntural do Comércio, divulgada pela Fecomércio-PR, identificou alta de 13,89% nas vendas do comércio varejista como um todo no primeiro semestre, sendo que nos supermercados essa alta foi de 0,89%. Pode até parecer pouco, mas desde o início do ano tanto o nível de vendas como o de compras está acima do verificado ao longo do ano anterior.