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Inflação da indústria desacelera em setembro, mas ainda acumula alta de 30,59%

IPP teve variação de 0,40% no mês passado, diz IBGE

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Rio de Janeiro

A inflação de mercadorias usadas na indústria desacelerou para 0,40% em setembro, mostram dados do IPP (Índice de Preços ao Produtor) divulgados nesta quarta-feira (27).

A taxa é a menor desde dezembro de 2020 (0,39%), informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo levantamento.

Das 24 atividades pesquisadas, 20 tiveram variação positiva nos preços em setembro. Em agosto, quando o IPP foi de 1,89%, as 24 haviam registrado alta.

Apesar da perda de fôlego, o indicador ainda acumula disparada de 30,59% em 12 meses. Em período menor, de janeiro a setembro, a alta é de 24,08%.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na "porta de entrada das fábricas", sem efeito de impostos e fretes. Ou seja, capta os valores de mercadorias usadas nas linhas de produção.

Em setembro, as maiores altas nos preços foram registradas em outros produtos químicos (4,41%), alimentos (2,48%) e fumo (2,40%). Indústrias extrativas (-16,48%), por outro lado, registraram a maior queda.

Já os principais impactos negativos ou positivos no índice de setembro foram de indústrias extrativas (-1,24 ponto percentual), alimentos (0,58 p.p.), outros produtos químicos (0,39 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 p.p.).

Durante a pandemia, parte dos insumos industriais ficou mais cara em razão do dólar mais alto. Com o real desvalorizado, o preço das commodities avançou, pressionando empresas que dependem de mercadorias importadas.

A piora da crise hídrica significa uma ameaça adicional para a indústria. É que a escassez de chuva força o acionamento de usinas térmicas, o que eleva os custos de geração e as tarifas da energia elétrica.

Em uma tentativa de conter a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) passou a aumentar a taxa básica de juros, a Selic. Os juros mais altos, além de afetarem o consumo, dificultam investimentos produtivos de indústrias.

Diante desse cenário, há grande expectativa com a nova reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). O encontro do colegiado começou na terça (26) e termina nesta quarta-feira (27).

Várias instituições financeiras, entre elas bancos estrangeiros, passaram a ver uma alta de 1,5 ponto percentual na Selic já nesta reunião. Com essa elevação, superior à esperada inicialmente, a taxa pularia de 6,25% para 7,75% ao ano.

Até um avanço maior nesta semana, de 2 pontos percentuais, não é descartado por parte dos analistas.

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