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Desemprego
Com cerca de 15 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE, Brasil corre risco de ficar para trás no ciclo de recuperação econômica mundial pós-pandemia.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O desemprego no Brasil ficou em 14,6% no trimestre encerrado em maio, segundo os dados divulgados na sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é praticamente igual a registrada no trimestre encerrado em abril, quando chegou ao recorde de 14,7%. Embora alguns governistas avaliem como bom sinal o fato de o número de pessoas sem trabalho ter parado de crescer, a realidade é que o Brasil tem atualmente uma das maiores taxas de desemprego do mundo, com 14,8 milhões em busca de emprego.

Levantamento feito em todos os continentes mostra que são poucos os países com taxa de desemprego acima de 10%. Entre as maiores economias da América Latina, o Brasil lidera de longe o desemprego. O México, por exemplo, tem taxa de 4%. A Argentina, que vive grave crise econômica e uma tragédia inflacionária, registrou em junho desemprego de 10,2%, mais de quatro pontos percentuais menor que o do Brasil.

desemprego
Poucos países pesquisados apresentam taxa de desemprego acima de 10%.

Entre os vizinhos da América do Sul, o Brasil só ganhava da Colômbia, que chegou a ter cerca de 20% de desempregados em junho do ano passado. Mas o cenário mudou recentemente e, agora, a Colômbia registrou taxa de 14,4%, ligeiramente abaixo da brasileira.

Outro dado importante nesse levantamento é que, nos últimos meses, grande parte dos países teve redução acentuada dos desempregados, enquanto que o Brasil registrou aumento. Como ocorreu na grande maioria dos países, no ano passado o Brasil passou de uma taxa de desemprego em torno de 11%, em janeiro, para 14,7% em setembro, caindo para 14% em dezembro. Agora em 2021, voltou a crescer e atingiu o recorde de 14,7% em abril.

Os números brasileiros contrariam a lógica mundial em 2021. Os Estados Unidos, por exemplo, conseguiram reduzir a taxa de desemprego quase pela metade nos últimos 12 meses, passando de 11,1% em junho de 2020 para 5,9% em junho de 2021.

Enquanto muitos países conseguiram reduzir o desemprego provocado pela pandemia, o Brasil registrou aumento de desempregados.
Enquanto muitos países conseguiram reduzir o desemprego provocado pela pandemia, o Brasil registrou aumento de desempregados.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também mostram que o Brasil está na contramão da geração de vagas de trabalho. Na média, os países membros da OCDE chegaram a uma taxa de desemprego de 8.79% em abril de 2020. Em maio deste ano a taxa caiu para 6,6%.

Movimento semelhante ocorreu com os países da União Europeia. Em dezembro passado o desemprego no bloco chegou a 7,6%. Agora em junho caiu para 7,1%, uma redução pequena e distante dos 6,4% de antes da pandemia, mas que mostra reação. Os maiores problemas da União Europeia no momento são Grécia e Espanha, que têm taxas de desemprego maiores que a do Brasil. Mas a situação na Espanha já esteve pior, com taxa beirando os 17%.

Para grande parte dos economistas, sem reduzir o desemprego o Brasil vai demorar mais para se recuperar da crise, com risco de perder uma possível explosão de crescimento econômico mundial no pós-pandemia. Os dados mostram que nenhum país com taxa de desemprego superior a 10% consegue sair do atoleiro e ter crescimento sustentável.

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