São Paulo — Desde abril do ano passado a AGCO aposta em uma nova unidade de negócios no Brasil, a de motores remanufaturados. A companhia já atuava neste segmento em mercados como Europa e América do Norte com a linha AGCO Power Reman, que tem ganhado força no Brasil, segundo Breno Filipe Bocalon Cavalcanti, gerente de marketing, inteligência de mercado e desenvolvimento de negócios pós-venda América do Sul:
"Após o lançamento desafiador em abril do ano passado, bem quando a pandemia começou, o desempenho desse segmento superou nossas expectativas e chegamos a quarenta motores comercializados, volume maior do que o projetado inicialmente".
Com demanda aquecida para 2021 a AGCO projeta dobrar suas vendas, chegando a oitenta motores até dezembro. Para 2022 comercializar 120 unidades é a meta, limite da capacidade produtiva da linha instalada na fábrica de Mogi das Cruzes, SP, dedicada apenas aos motores remanufaturados:
"Se o negócio amadurecer a esse ponto, discutiremos uma possível ampliação de capacidade na fábrica de Mogi".
Atualmente apenas motores mecânicos são remanufaturados pela AGCO no Brasil, aqueles que não possuem eletrônica embarcada, mas a empresa já estuda ampliar sua operação para atender, também, aos eletrônicos, que são mais modernos. No futuro a empresa também pretende operar no segmento de transmissões, mas nesse caso haverá a necessidade de instalar uma nova linha produtiva.
Os motores remanufaturados podem custar de 25% a 35% menos do que um novo zero quilômetro, ponto que agrada bastante o consumidor final, que não precisa deixar sua máquina parada para fazer um reparo no motor: basta trocar e deixar o antigo na concessionária. O movimento ajuda também a rede, pois é um produto a mais para ser ofertado e que gera faturamento adicional.
Depois de receber os motores usados a AGCO faz todo o processo de desmontagem, verifica os componentes que precisam ser trocados por novos, faz a montagem do propulsor remanufaturado e realiza todos os testes, como faz com seus motores novos.
O processo também é considerado mais sustentável na comparação com a produção de motores novos, porque consome menos água, energia, matéria-prima e componentes.
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