Divulgação – O sheik Jasim Hasson Jumarecebe o presidente da Invest Paraná

Depois de perder a própria filha, a pequena Laurinha, para a SEPSE (também conhecida como infecção generalizada), o arquiteto de sistemas Jacson Fressatto resolveu canalizar sua dor para salvar vidas. Ele criou, então, a Robô Laura, uma tecnologia capaz de ajudar a equipe médica a identificar o diagnóstico da doença através da análise de mais de 90 variáveis, gerando alertas em casos de risco. Há cinco anos no mercado, a robô já é responsável por salvar uma média de 18 vidas por dia, número que deve subir ainda mais em breve, com a internacionalização da tecnologia tupiniquim.

“A saúde necessita de soluções sistêmicas, porque tem problemas sistêmicos.. Quando apresentamos essa tecnologia tupiniquim pras pessoas dos Emirados Árabes, Oriente Médio, sul da Europa, chamou a atenção, porque ninguém vê o Brasil como polo tecnológico, e nós temos uma tecnologia muito a frente”, comenta Rocha, citando que a estimativa da empresa é estar atuando até o segundo semestre de 2022 nos Emirados Árabes. “Estamos em conversa, é uma operação nova. Mas já temos muito interesse e os Emirados Árabes devem ser o primeiro país a receber a tecnologia Laura. É uma questão de tempo agora, porque o interesse já existe”, explica.

A internacionalização da tecnologia paranaense é um dos resultados obtidos pela destacada atuação paranaense na Expo Dubai 2020, quando o Paraná levou aos Emirados Árabes, entre os dias 10 e 16 de outubro, a maior comitiva comercial já montada pelo estado nos últimos 30 anos, com membros do governo estadual, de municípios e empresários, que tiveram a missão de gerar oportunidades de novos negócios e novos visitantes, buscando mais investimentos e gerando novos empregos.

Uma missão que, segundo o próprio empresariado, alcançou seu objetivo com a realização das rodadas de negócios do Paraná Business Experience, um evento paralelo promovido em Dubai nos dias 11 e 12 de outubro, no hotel Crowne Plaza.

Na ocasião, por exemplo, a Aeroflex, referência nacional em aerossóis, lançou uma linha de biotranspirantes naturais produzidos à base de água, a BemBio. O produto, que teve investimento de R$ 5 milhões, foi desenvolvido para gerar menos impacto ambiental, utilizando gás ecológico de origem vegetal e emitindo três vezes menos carbono do que gases convencionais. A expectativa da empresa paranaense é comercializar 29 milhões de unidades do produto por ano, com presença em 20 mil pontos de venda.

Segundo Marcio Paranhos Miksza, CEO da Aeroflex, o evento foi uma oportunidade para o lançamento de uma tecnologia 100% paranaense e abriu possibilidade para novas conexões, fazendo a marca ser conhecida em diversos países, especialmente na comunidade árabe. “Tenho certeza de que a Aeroflex sai com muitas oportunidades alinhadas que futuramente vão virar negócio. Já temos conversas com empresas da região, possíveis distribuidoras dos nossos produtos, e acredito que é uma questão de tempo para estarmos presentes no mercado árabe”, afirma.

Cartão de visita para o resto do mundo
Na prática, a viagem dos paranaenses até Dubai acabou sendo uma espécie de cartão de visita do Paraná para o restante do mundo. Segundo Eduardo Bekin, presidente da Invest Paraná, pouco se conhece sobre o estado fora do Brasil e até mesmo pouco se sabe sobre o Brasil, com muita gente achando que o país se limita a São Paulo e Rio de Janeiro. Uma visão corroborada, ainda, pela fala de Cristian Rocha, CEO da Robô Laura.

“Tivemos a oportunidade de conversar com as pessoas locais e elas ficaram impressionadas com a riqueza cultural, de diversidade, com a riqueza econômica que o Paraná tem, porque eles não conheciam. Lá fora, conhecem o futebol brasileiro e acabou, é isso. E tiveram a oportunidade de ver o desenvolvimento, a indústria, a agropecuária forte. Isso é legal e valoriza o trabalho que fazemos no estado, mostrando que podemos ser um polo de desenvolvimento muito forte”, comenta Rocha.

Nos Emirados Árabes, por exemplo, as cooperativas paranaenses puderam iniciar trocas comerciais nas áreas de fertilizantes, derivados de leite, sucos, erva-mate e mel. A cooperativa industrial C. Vale, por exemplo, já discute potenciais negócios com Emirados Árabes Unidos e Egito.

“Apresentamos a qualidade que temos, que atende os mercados mais exigentes do mundo. Assim que descemos do palco, fomos chamados a uma sala de negociação. Foi um avanço bem rápido e promissor. De forma geral, eles ficaram surpresos com uma outra ideia de Brasil e, principalmente, uma ideia muito mais avançada do que é o Paraná. Não sabiam de toda a pujança e organização que existe no Estado, tanto na indústria como no agronegócio”, diz Walter Andrei Dal´Boit, diretor da empresa.

‘Vamos ter pessoas dos Emirados, Egito, Itália, Jordânia e Turquia vindo nos visitar’
Para Eduado Bekin, presidente da Invest Paraná, o grande mérito da missão paranaense em Dubai foi conseguir plantar uma semente. “Uma semente que em pouco tempo vamos ter pessoas dos Emirados, Egito, Itália, Jordânia, Turquia, vindo nos visitar, acompanhar nossas cooperativas. Abrimos um escritório em Dubai, deixamos um ponto de contato e tem pessoas me ligando o tempo todo e dando suporte. Temos empresários retornando em 30, 60, 90 dias para Dubai para dar continuidade aos negócios que começaram”, comemora.

Com as marcas paranaenses marcando presença no exterior, a expectativa é que o Paraná mostre o quão rico é e também o quão forte é no turismo. Não à toa, em breve é possível que seja criada uma linha direta para voos entre Dubai e o Paraná, possivelmente com Curitiba ou Foz do Iguaçu recebendo os aviões da Emirates Airlines, maior companhia aérea dos Emirados àrabes e um das principais do setor no mundo.

“Houve avanço. Temos agora uma lição de csa para fazer, com a Prefeitura de Foz e de Curitiba, para trazer a diretoria da Emirates, bem como alguns operadores, pra conhecer Foz do Iguaçu, Curitiba, a reserva da Mata Atlântica”, explica Bekin. “O destino primário deles não é praia. É natureza, rio, cachoeira, cataratas. Aí temos, por exemplo, a Ilha do Mel, que mistura natureza com água, com baía. Não que eles não queiram ir para o Nordeste, mas o foco deles é muito natureza, muito Mata Atlântica”, ressalta o presidente da Invest Paraná.