• Carregando...
Secretário de Finanças, Vitor Puppi propõe revisão nas regoas de repartição do ICMS.
Secretário de Finanças, Vitor Puppi propõe revisão nas regoas de repartição do ICMS.| Foto: Marcelo Andrade/ Arquivo Gazeta do Povo

O secretário municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento de Curitiba, Vitor Puppi, reuniu, nesta terça-feira (19), em encontro virtual, representantes dos 20 maiores municípios paranaenses para discutir uma proposta de mudança no critério de divisão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Curitiba alega ter perdido 38,2% de receitas com o imposto desde 2013, por causa dos critérios de distribuição adotados pelo governo estadual. Outros municípios também vêm registrando perdas que, em média, chegaram a 12,6% para as cidades com mais de 80 mil habitantes.

As principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

“Os municípios grandes, que geram mais arrecadação de ICMS, são os que mais vêm perdendo participação em repasses. É preciso lembrar que são esses municípios que prestam o maior volume de serviços públicos, atendendo inclusive a demanda gerada pelas cidades vizinhas e menores”, disse Puppi, apresentando dados de que Curitiba deixou de arrecadar R$ 1,39 bilhão no período.

Puppi quer aproveitar a “janela de oportunidade” criada pela Emenda Constitucional nº 108, de agosto do ano passado, para reprogramar a distribuição do ICMS aos municípios. A emenda mudou a “fatia livre” do percentual de ICMS a ser distribuído aos municípios. Anteriormente, 75% do repasse respeitava o Índice de Participação dos Municípios e 25% eram definidos por legislação estadual. A Emenda Constitucional elevou esse percentual de livre escolha dos estados para 35%. Os Estados têm que aprovar essa nova legislação, com novos critérios de distribuição, até agosto de 2022.

“O nosso objetivo é construir uma proposta técnica aceitável e politicamente viável e que ao mesmo tempo contemple essa questão dos grandes municípios, que mais contribuem, mas que recebem, proporcionalmente, menos”, disse Puppi.   “Precisamos esmiuçar esse assunto e elaborar uma proposta com uma divisão mais justa”, disse João Carlos Barbosa Perez, secretário de Fazenda de Londrina.

Apesar de ocupar o primeiro lugar na arrecadação no Estado, Curitiba é a 353ª colocada no ranking de retorno do imposto por habitante. O valor da cota de ICMS per capita em Curitiba é de R$ 393, enquanto um município de Saudade do Iguaçu (primeiro colocado no ranking) tem uma cota-parte de R$ 5.688, mesmo sendo a 63ª colocada no ranking de arrecadação do Estado.

São José dos Pinhais é a terceira em arrecadação de ICMS no Estado, mas a 108ª colocada no repasse do imposto por habitante. Na mesma base de comparação, Maringá é a quarta em geração de receita de ICMS, mas a 345ª em retorno do imposto. Londrina é a quinta no volume de ICMS , mas a 360ª no ranking de transferências.

Para o secretário da pasta de Ponta Grossa, Claudio Grokoviski, já há um caminho, a partir da Emenda 108. “É muito válida a iniciativa de Curitiba porque nos dá a oportunidade de discutir essa mudança, com a criação de um cronograma e depois uma proposta final”, disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]