Volkswagen trocará gás natural por biometano em fábricas

A Volkswagen anunciou que vai substituir parte do gás utilizado nas fábricas de Taubaté (SP) e São Bernardo do Campo (SP). Em vez de gás natural, a empresa vai usar o biometano. Aproximadamente 65% do volume das duas fábricas passará pela substituição, que acontecerá em 2023 e 2024, respectivamente. Com isso, as plantas deixarão de emitir cerca de 19 mil toneladas de CO₂ de origem fóssil por ano, aponta a montadora.

Biometano é um gás que pode ser produzido a partir de resíduos orgânicos em locais como aterros, por exemplo. Ele é considerado uma alternativa mais ambientalmente responsável ao gás natural (GNV) porque provém de uma fonte renovável, em vez de um combustível fóssil (petróleo). No processo industrial, o biometano é queimado para gerar energia para máquinas.

A queima de biometano produz dióxido de carbono da mesma forma como acontece com o gás natural. No entanto, a quantidade é menor, de modo que esse método é considerado menos poluente. Além disso, não há liberação de metano na atmosfera.

Ciclo neutro em carbono

Segundo o artigo “Produção de biogás a partir de lodo de carcinicultura”, de Arthur Barbosa de Castro Friedrich (UFRGS), na queima de biometano, o dióxido de carbono emitido é neutro no balanço de emissões, ou seja, todo carbono liberado em sua queima é novamente aprisionado na forma de matéria orgânica, não contribuindo para o aumento das alterações climáticas.

A produção do biometano será feita a partir de vinhaça e torta de filtro, resíduos da operação agroindustrial do Bioparque Costa Pinto, localizado em Piracicaba (SP). A Raízen, empresa do setor de energia, irá construir em anexo ao parque sua segunda planta de biogás (e primeira dedicada à produção de biometano), com inauguração prevista em 2023.

Com investimento aproximado de R$ 300 milhões, a planta terá capacidade de produção de 26 milhões de m³ de gás natural renovável por ano, o suficiente para abastecer aproximadamente 200 mil clientes residenciais.