Ari Dias/AEN

Quais foram as justificativas técnico-científicas para a não prorrogação das medidas restritivas do Decreto Estadual nº 6983/21 para além do próximo dia 10 de março? Esta é a pergunta que os ministérios públicos federal, estadual, do trabalho e as defensorias públicas da União e do estado fizeram ao governo do Paraná e sua respectiva secretaria de saúde. Por meio de dois ofícios enviados na última sexta-feira (5) os representantes do MP e das defensorias pedem informações também sobre quais serão as providências a serem adotadas para garantir o atendimento aos pacientes de covid-19 no estado, já que no atual estágio da pandemia não há mais leitos de UTI covid-19, além de sério comprometimento da oferta de insumos.

As instituições alertam que existe a fundada expectativa de que, após o dia 10 de março, a situação sanitária não estará controlada, ainda que minimamente.

Ao governo do Paraná, as instituições solicitaram a imediata aprovação e implementação de auxílio emergencial às categorias patronais e profissionais das atividades não essenciais mais atingidas pelas medidas impostas pelo decreto estadual, devendo ser estendido à população mais vulnerável, como desempregados, pessoas em situação de rua, catadores de materiais recicláveis, indígenas, quilombolas, faxinalenses, pescadores artesanais, migrantes e refugiados, dentre outros.

Os ofícios chamam atenção para o gravíssimo estágio atual da pandemia, evidenciado pela altíssima taxa de transmissão do novo coronavírus no estado; a franca ascensão dos números de casos diagnosticados e de óbito de paranaenses; a taxa de ocupação de leitos de UTI adulto em 96%; o esgotamento das equipes de saúde; a proximidade do colapso da estrutura de atendimento e a lentidão do processo de imunização, entre outros.

Fila com quase mil pacientes

Nesta segunda-feira, 8 de março, o Paraná contabilizava, até as 11 horas, 989 pacientes na fila de espera por um leito para tratamento da Covid-19. Destes, 519 aguardavam um leito na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 470 por um leito clínico para tratamento. 

A região Oeste , onde está Cascavel município apontado como um dos que estão em situação mais grave no País, aparece com uma fila de 234 pacientes na fila por um leito – 145 à espera de uma UTI e 89 de um leito clínico.  Os dados são do Sistema Estadual de Regulação do Sistema de Saúde.