Por g1


O que faz os preços da gasolina e do diesel subirem?

O que faz os preços da gasolina e do diesel subirem?

Depois de uma forte queda nos primeiros meses da pandemia, os preços dos combustíveis na bomba aumentaram desde meados do ano passado, conforme as atividades econômicas foram retomadas após a fase mais rígida do isolamento social contra a disseminação do coronavírus.

O ano de 2021 começou com sucessivas altas no preço dos combustíveis, pesando nos bolsos dos consumidores.

Agora, em 2022, a guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia estão fazendo o preço internacional do petróleo disparar.

Mas como são formados esses preços?

Como a Petrobras é dominante no mercado, a influência do preço da gasolina e do diesel começa com a empresa, mas também há a venda de empresas privadas. O diesel sofre ainda mais influência, por conta do peso do petróleo na composição.

Além de impostos (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre os preços das refinarias para o preço cobrado do consumidor sofre influência dos lucros do produtor ou importador, custo do etanol anidro (no caso da gasolina) e do biodiesel (no caso do diesel) e margens do distribuidor e revendedor.

Cadeia de comercialização dos combustíveis — Foto: Arte/G1

Veja abaixo a formação de preço de cada um.

Diesel

O diesel tem a maior influência da Petrobras sobre a formação dos preços. A porção de realização (fatia que fica com a Petrobras) da empresa no preço é de 47%, quase metade do que o consumidor encontra da bomba.

Os impostos são a segunda maior fatia, com 23% do preço. Há, contudo, uma divisão entre tributos federais e estaduais. O ICMS, da unidade federativa, é maior, com 14%. Cide, PIS e Cofins têm uma mordida de 9%.

A cadeia de distribuição e os revendedores ficam com 16% do valor pago, terceira maior porção do preço.

Por último, há também influência do biodiesel. Atualmente, é necessária uma mistura mínima ao diesel mineral em proporção de 12% pelas distribuidoras, segundo a Petrobras. Em 2023, essa parcela deve chegar a 15%.

Composição de preço do diesel — Foto: Arte G1

Gasolina

A gasolina vendida nos postos é uma mistura entre gasolina e etanol anidro. A divisão é de 73% e 27%, respectivamente. Como o diesel, incidem os impostos e lucro de distribuição e revenda no preço final.

A maior fatia do preço da gasolina é formada por impostos. Somados, o ICMS, o PIS/Pasep e Cofins somam 44% do valor final, sendo 29% para o primeiro e 15% para os demais. O que fica para a Petrobras (a realização ) são 29% do preço final.

Na sequência, entra o etanol anidro – representa 15% do valor final. O lucro das distribuidoras e revendedoras é de 12%.

Composição de preço da gasolina — Foto: Arte G1

Preço do petróleo

A principal pressão em cima do valor dos combustíveis vem dos preços internacionais do petróleo. Houve uma dupla ação, da alta da commodity no mercado internacional desde a retomada das atividades econômicas e da cotação do dólar.

A pandemia do coronavírus demandou uma restrição da circulação de pessoas para conter o espalhamento da Covid-19. O preço do petróleo afundou no momento mais intenso do isolamento social e veio em uma crescente conforme houve abertura das atividades comerciais.

Preços do petróleo WTI, em US$ — Foto: G1 Economia

Levantamento da consultoria Economatica mostra que o barril de petróleo WTI acumula alta de 164% desde o início de maio do ano passado. Mas os preços chegaram, pela primeira vez, a patamares negativos em abril. Comparados a preços do início de 2020, entretanto, os preços estão 15% menores em dólar.

Acontece que o dólar teve alta considerável no ano passado. O ganho anual da moeda americana foi de 29%, impactando as margens de todo o ciclo de produção de combustíveis.

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