Com fim da produção no Brasil, lucro da Ford chegou a US$ 10 bi em 2021

Montadora aponta ter reduzido o seu prejuízo na operação da América do Sul

redacao-ab
Redação AB
  • 04/02/2022 - 18:35
  • um minuto de leitura

    A Ford apresentou na quinta-feira, 3, o balanço da sua operação global em 2021. De acordo com o documento, a empresa registrou receita de US$ 136,3 bilhões, valor 7% maior do que aquele verificado em 2020. Considerando o período de pandemia e de escassez de componentes no mundo, o resultado consolidado indica que o plano de transformação da companhia está sendo eficaz.


    LEIA MAIS:

    > O que pretende a Ford um ano após decidir encerrar produção no Brasil
    > Ford encerra produção no Brasil ao custo de US$ 4,1 bilhões e 5 mil demissões


    Pelo menos no que diz respeito à busca pela rentabilidade. No ano passado, mostrou o balanço, a empresa registrou lucro de US$ 10 bilhões, muito em função do seu desempenho operacional na América do Norte, o seu principal mercado e onde registrou lucro de US$ 7,3 bilhões. O documento destaca que o resultado é fruto de boas vendas dos lançamentos realizados naquela região, como o SUV Bronco, a picape Maverick e modelos elétricos como o Mustang EV.

    “Nossa equipe fez um trabalho fantástico com parceiros para maximizar a disponibilidade dos componentes. Alocamos esses volumes [de peças] para veículos novos, como o Bronco, Maverick, modelos rentáveis da série F e, também, da Transit”, disse o CFO John Lawler na apresentação dos resultados realizada pela montadora.

    Componentes foram pontos de atenção

    Com a declaração, a Ford é uma das poucas empresas que assumiram, de fato, a prática de priorizar certos produtos e mercados com o estoque de componentes, principalmente semicondutores. No ano passado não foram raros os comentários no mercado de que tal postura teria sido responsável em parte pela paralisação das linhas das montadoras instaladas aqui, justamente por esse remanejamento de estoque conduzido pelas matrizes conforme a importância e lucratividade da região.

    Sobre isso, a montadora registrou no ano passado prejuízo na Europa (US$ 154 milhões), na China (US$ 327 milhões) e na América do Sul (US$ 121 milhões). É importante destacar, no entanto, que a companhia reduziu em 75% o tamanho das perdas no continente no último ano, resultado do processo de reestruturação que a levou a encerrar a produção local de veículos.

    O volume de vendas global registrado em 2021 foi de 3,9 milhões de unidades, resultado que representou queda de 6% ante o volume vendido em 2020.

    Dentre as metas traçadas para o ano estão a busca por maiores lucros na América do Norte e nas demais operações “à medida que a empresa se beneficia de seu amplo redesenho global”. A companhia projeta para o ano um primeiro trimestre com escassez de semicondutores, um ambiente de preços forte e, também, de aumento dos custos de commodities.