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Em 1 mês, fim dos contratos de pedágio vai gerar batalhão de desempregados
| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Daqui um mês, em 27 de novembro de 2021, chegam ao fim os contratos do governo do Paraná com as seis concessionárias de pedágio que atuam no Anel de Integração desde 1997. Na esteira disso, Rodonorte, Ecovia, Ecocataratas, Viapar, Caminhos do Paraná e Econorte começam a desligar seus quadros de pessoal. Cada concessionária de pedágio tem um plano diferente de desmobilização e juntas elas são responsáveis hoje por um total de 2.431 empregos diretos e mais de 5,5 mil postos de trabalho indiretos (veja quadro logo abaixo). Os números foram informados à Gazeta do Povo pelas próprias concessionárias de rodovias.

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Na avaliação do presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral no Estado do Paraná (Sindecrep-PR), Valtair Marques, havia uma expectativa de aproveitamento de parte do pessoal pelas próximas concessionárias de pedágio, o que não se concretizou em função do atraso no leilão do Anel de Integração. Na estimativa mais recente do governo federal, o leilão deve ocorrer somente no último trimestre de 2022.

“As pessoas imaginavam que já em janeiro de 2022 estariam novamente trabalhando, nas novas concessões rodoviárias. Mas isso não aconteceu. Então, o clima é de tristeza. Porque, além de perder o emprego, não se sabe onde conseguir outro emprego”, contou ele, em entrevista à Gazeta do Povo.

Marques lembra ainda que, ao longo dos anos, as empresas de pedágio “investiram muito em mão de obras especializada” e há profissionais que podem ter dificuldade em encontrar postos equivalentes no mercado geral de trabalho - empregados como operador de centro de controle operacional ou gestor de balança de pesagem, por exemplo.

A concessionária de pedágio Caminhos do Paraná informou ter contratado uma consultoria para auxiliar todos os demitidos na “elaboração de currículo, no uso de redes sociais corporativas, busca de vagas e preparação para entrevistas de emprego”, a partir de 3 de novembro. A empresa possui hoje 406 empregados diretos e 286 terceirizados.

“Aproximadamente 95% serão desligados entre o dia 27 de novembro e 3 de dezembro. Os 5% restantes (serviços de sinalização, pavimento, controle de obras e contabilidade, sobretudo) permanecerão até a conclusão de algumas obras que estão em andamento e que devem ser concluídas em março de 2022. Após 31 de março, 100% deverão estar demitidos. Eles já foram comunicados do desligamento”, informou a Caminhos do Paraná.

A concessionária de pedágio Viapar aponta que “foram feitas várias tratativas para que a mão de obra qualificada e formada pela empresa fosse absorvida pela nova concessionária a ser instalada”, mas, “infelizmente, pelas informações existentes, a nova licitação não será realizada em menos de um ano”: “A expectativa é de que ocorra mudanças no cronograma da licitação e que os funcionários possam de alguma forma encontrar seus espaços no mercado de trabalho”.

“A Viapar lamenta a situação principalmente num momento de economia frágil e ainda dentro de uma pandemia. Serão 480 funcionários com seus contratos rescindidos. A maioria pronta para exercer suas funções dentro de outra empresa concessionária de rodovia. Muitos cresceram profissionalmente na Viapar, começando como menor aprendiz até chegar em cargos de gestão. Casais também aqui se conheceram e formaram suas famílias”, informou a empresa. Além de 480 funcionários diretos, a Viapar calcula ter 707 terceirizados.

A concessionária de pedágio Ecocataratas, que atualmente possui 330 empregados e 718 terceirizados, reforçou que “o desligamento dos colaboradores diretos irá ocorrer somente após o último dia de operação do contrato de concessão, que está previsto para ser finalizado em 26 de novembro, e seguirá todas as regras previstas nos contratos de trabalho”.

A empresa informou ainda que busca “a melhor forma possível para conduzir este processo junto aos seus colaboradores disponibilizando suporte psicológico e social, por meio de empresa especializada”. Segundo a Ecocataratas, há “atenção especial aos benefícios oferecidos, dado o momento de término do contrato coincidir com o fim do ano” e “apoio para recolocação profissional e uma comunicação próxima e transparente com cada um dos colaboradores”.

A concessionária de pedágio Ecovia, que possui 145 empregados diretos, confirmou o desligamento deles após o último dia de vigência do contrato de concessão, em 27 de novembro. Assim como a Ecocataratas (Ecovia e Ecocataratas pertecem ao Grupo EcoRodovias), ela também prevê o suporte aos demitidos para “recolocação profissional”. A Ecovia informou gerar 423 postos indiretos hoje.

Já a concessionária de pedágio Rodonorte informou que o fim dos contratos com o governo estadual atinge 670 colaboradores diretos, além de um número estimado de 2,5 mil vagas indiretas geradas pelas obras de duplicação, manutenção e conservação das rodovias. “Todos os colaboradores diretos serão desligados, da mesma forma que os contratos com empresas terceirizadas, vinculadas as vagas indiretas, serão encerrados. A Gestão da Unidade está, diariamente, informando os colaboradores dos mais diversos setores sobre os procedimentos a serem realizados até o dia 27 de novembro”, informou a empresa.

Apenas a Econorte não deu detalhes sobre o plano de desmobilização: “Ainda estamos planejando”. A concessionária de pedágio possui cerca de 400 empregados diretos e mais outros 1.000 indiretos.

  • Postos de trabalho ligados às seis concessionárias de rodovias que atuam no Anel de Integração:
  • Caminhos do Paraná: 406 empregos diretos e 286 indiretos
  • Viapar: 480 empregos diretos e 707 indiretos
  • Ecocataratas: 330 empregos diretos e 718 indiretos
  • Econorte: 400 empregos diretos e 1.000 indiretos
  • Ecovia: 145 diretos e 423 indiretos
  • Rodonorte: 670 diretos e 2,5 mil indiretos
  • Total: 2.431 diretos e 5.634 indiretos
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