Vendas em julho crescem 25%, acima das expectativas da Fiat

Se continuar assim, recuperação pode acontecer mais rápido que o esperado, prevê Herlander Zola

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 22/07/2020 - 22:30
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Herlander Zola, diretor da marca Fiat e de operações comerciais, foi positivamente surpreendido pela evolução do mercado em julho, que nos primeiros 20 dias do mês apresentou crescimento de vendas em torno de 25% em comparação com o resultado de junho. “Pelo movimento, nossa expectativa é que o mês vai fechar 25% acima de junho. Isso representa retomada um pouco mais rápida do que prevíamos”, afirmou Zola durante entrevista em que anunciou o lançamento de nova estratégia da Fiat no País.

    Julho será o primeiro mês com número de emplacamentos mais próximo da realidade desde a chegada da pandemia de coronavírus ao País, no meio de março passado. Isso porque todos os Detrans voltaram a funcionar e assim não haverá mais o elevado represamento de licenciamentos de meses anteriores, como aconteceu em junho, quando houve expansão de 113% no volume de lacrações sobre maio, mas perto de 25% dos veículos leves emplacados (ou 30,7 mil unidades do total de 122,8 mil registros) tinham sido vendidos em abril e maio. Por isso, a sustentação do crescimento este mês indica desempenho mais forte e sustentável do mercado.

    Se o crescimento mensal de 25% de fato for mantido, julho deverá fechar com mais de 150 mil veículos leves vendidos, número ainda 35% menor do que o observado no mesmo mês de 2019. No acumulado de sete meses, o mercado finalmente se aproximaria da marca de 1 milhão de unidades, o que representará queda de 39% sobre igual período do ano passado.

    Ou seja, até agora os números estão em linha com a projeção da associação dos fabricantes a Anfavea, que prevê retração de 40% nas vendas este ano, que fecharia com apenas 1,6 milhão de automóveis e utilitários leves emplacados. Para o resultado anual ser melhor, nos próximos meses a reação também deverá ser maior, acima de 170 mil veículos vendidos por mês até dezembro – o que de fato está sendo esperado por parte da indústria e alguns consultores.

    “Se essa recuperação mais rápida que o previsto for confirmada, poderemos investir mais para antecipar os lançamentos que precisamos postergar por causa da pandemia. Nosso objetivo é lançar o quanto antes novos SUVs e a nova linha de motores turbo”, afirma Zola, em sentimento que é compartilhado por boa parte da indústria.