BMW expande uso de aço de baixo carbono em seus veículos

A BMW quer despontar entre os fabricantes de automóveis que utilizam aços provenientes de extração e produção com baixa emissão de carbono. O grupo alemão assinou acordo com a conterrânea Salzgitter, que fornecerá os insumos para as fábricas europeias da montadora a partir de 2026.

Este é o segundo fornecedor de aço de baixo carbono do BMW Group, que estabeleceu como meta que 40% de suas operações industriais europeias usem esse tipo de insumo até 2030. Desta forma, o fabricante pretende diminuir as emissões de CO2 em até 400.000 toneladas por ano. No continente, as fábricas do grupo processam meio milhão de toneladas de aço anualmente.

A BMW já tinha fechado acordo para uso de aço livre de combustíveis fósseis. O insumo é produzido a partir de hidrogênio e energia verde do norte da Suécia e vai abastecer as linhas de montagem da montadora na Europa a partir de 2025.

Processo gradual

Para reduzir as emissões de CO2 em grande escala, a Salzgitter AG iniciou a migração gradual para produção de aço praticamente livre de carbono.  Para tal, a empresa se vale de eletricidade de fontes renováveis ​​e da produção de hidrogênio a partir de eletrólise. 

Esse hidrogênio “verde” substituirá gradativamente o carvão de coque, que é usado no processo convencional de alto-forno na indústria siderúrgica. Isso será possível graças às chamadas “usinas de redução direta”, que usam hidrogênio para reduzir diretamente o minério de ferro a ferro em estado sólido. Depois, esse ferro sólido é fundido com sucata de aço em um forno elétrico, alimentado por fontes renováveis.

Ciclo fechado

Foi com a Salzgitter, a propósito, que, há cinco anos, a BMW estabeleceu uma parceria para dar um destino aos resíduos de chapas de aço de sua fábrica de Leipzig, na Alemanha. O fabricante entrega as bobinas de aço para a usina, a Salzgitter retira a sucata e utiliza esse material para produzir novo aço, que é fornecido às usinas do grupo.

Os resíduos de chapa de aço de outras fábricas da BMW também já estão dentro desta política de “ciclo fechado”. Eles são aproveitados nas usinas ou enviados de volta ao produtor de aço por meio de comerciantes da matéria-prima. 

Atualmente, 25% dos automóveis fabricados pela montadora usam esse aço secundário, provenientes dos ciclos de reciclagem. O plano é aumentar esse percentual para 50% até 2030. Mais um importante aliado na diminuição de emissões de carbono, visto que a produção de aço secundário emite até 80% menos CO2 que a fabricação convencional.

A BMW já havia estabelecido um acordo com a startup americana Boston Metal, por meio de seu fundo BMW i Ventures, para processo de aço “sustentável”. A empresa desenvolveu uma tecnologia de produção de ferro fundido a partir de uma célula de eletrólise, e posterior transformação em aço. Se a eletricidade usada no processo for de energias renováveis, este tipo de produção de aço será livre de carbono.