Os trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos foram os mais prejudicados pela pandemia de Covid-29. A taxa de desocupação subiu de 23,8% no quarto trimestre de 2019 para 29,8% no mesmo período de 2020, o que corresponde a quase 4,1 milhões de jovens à procura de emprego.

No recorte por escolaridade, o desemprego foi maior para os trabalhadores com ensino médio incompleto: alta de 18,5% para 23,7%, na mesma base de comparação. Em contrapartida, a ocupação dos que têm ensino superior continuou crescendo e houve alta de 4,7%, na comparação entre os números de trabalhadores nesta condição, nos respectivos trimestres de 2019 e 2020.

Os dados constam da Carta de Conjuntura divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a economista Maria Andréia Lameiras, autora do estudo, a crise sanitária potencializou as diferenças existentes no mercado de trabalho.
“Os jovens e os menos escolarizados, cuja probabilidade de transitar da desocupação e da inatividade para a ocupação, que já era baixa, se tornou ainda menor”, disse.