Reprodução/Curso de sorveteria online

A pandemia global de Covid-19 acelerou o processo de migração para o universo digital obrigando as pessoas a ficarem em casa, fechando ou restringindo os horários e lotação de estabelecimentos comerciais locais e limitando a circulação de pessoas que mantinham a economia das cidades vivas.

Apesar do enorme impacto social e econômico que isso gerou na vida da maior parte das pessoas do mundo todo, houve um espaço onde as coisas se mantiveram intactas e até maiores e melhores economicamente do que se previa em qualquer análise financeira antes da crise atual: o mercado online.

Houve expansão em todos os nichos e o mercado contratou e continua contratando profissionais para expandir suas operações digitais, a fim de atender todos os negócios que precisaram melhorar suas plataformas digitais ou iniciar suas operações virtuais.

E-commerce
Segundo pesquisa realizada pela Criteo, mais de 94% das pessoas que realizaram uma compra online durante a pandemia pretendem manter esse hábito quando as coisas se normalizarem.

De forma muito simples, podemos constatar que o aumento nas compras online não é um surto que deve retroceder quando essa crise passar e sim, se consolidar como um novo hábito na vida da população.

Segundo a mesma pesquisa, de outubro de 2020 a novembro do mesmo ano, o aumento nas vendas online foi de 139%.

Os números são confirmados por Bruna Bozano, responsável pelo e-commerce da Joias Boz: “De fato, a busca por produtos comuns, como um simples colar de coração aumentou de forma desenfreada em meses como junho, por exemplo. Certos produtos costumam ter aumento de buscas em algumas épocas, mas nada como ocorreu em 2020, certamente”.

Outro fato que aumentou muito as vendas no e-commerce foi a possibilidade do uso de cupons de descontos nas finalizações dos pedidos.

Com um cupom de desconto é possível conseguir de 5 a 95% de desconto em certas épocas do ano e muitos consumidores que nem imaginavam que isso era possível se tornaram assinantes assíduos de sites que informam regularmente sobre as promoções e cupons vigentes.

Blogs
Não foi apenas no e-commerce que as mudanças causadas pela pandemia causaram um impacto positivo.

O consumo de conteúdos digitais nunca foi tão grande como tem sido desde o início da pandemia e em março de 2020 já era possível notar um aumento de 47% no consumo de notícias online, elevando a média de acessos a incríveis 560 milhões de usuários diários, segundo dados da Comscore.

Importa dizer que todo tipo de conteúdo tem seu público e nicho e até mesmo em áreas em que há diversos tipos de limitações publicitárias, como em um blog jurídico, por exemplo, é possível utilizar o conteúdo para fazer networking e usar o próprio conteúdo para gerar autoridade para o nome do escritório ou profissional.

Um blog de tecnologia pode utilizar conteúdos para divulgar o uso de um software ou ferramenta específica de forma patrocinada pelo desenvolvedor ou, ainda, utilizar anúncios pagos, seja através de plataformas como o Adwords ou através da venda de espaços publicitários em banners, e isso é só a ponta do iceberg.

Com o aumento dos acessos nos sites e blogs, aumenta a necessidade da criação de conteúdo e otimização da tecnologia e usabilidade do site, o que também ocasiona aumento de demanda de diversos tipos de profissionais, desde redatores a web designers e programadores.

Marketing Digital
O marketing digital se tornou uma necessidade irremediável depois que a maioria dos comércios migrou a maior parte das suas operações para o mercado digital.

As agências passaram a receber uma demanda enorme por resultados de vendas advindas da internet.

Algumas empresas já possuíam uma estratégia virtual, mas ao notarem o aumento da concorrência ocasionada pela pandemia, entenderam que precisavam se reinventar para não perder espaço.

Já as empresas que estavam iniciando uma estratégia online entenderam logo no início a necessidade do apoio de uma agência de marketing digital para impulsionar as vendas online e isso, mais uma vez, movimentou o mercado.

Redatores, designers, especialistas em SEO, analistas de marketing, especialistas em User Experience, desenvolvedores, programadores, fotógrafos, assistentes virtuais e gestores de tráfego são apenas alguns dos profissionais que sentiram impacto positivo nas suas demandas e possibilidades, vinculados a agências em todo o país e também, trabalhando como freelancers.

Educação
Os dias podem ter parecidos mais longos do que o normal para quem precisou mudar a rotina durante a pandemia e não foram poucas as pessoas que precisaram se reinventar para sobreviver ao tédio ou à diminuição das oportunidades para confraternizar, aproveitar o lazer ou simplesmente, ir às aulas ou à igreja.

Com tanto tempo em casa, muita gente decidiu se reinventar, atualizar os conhecimentos e aprender coisas novas.

É aí que entra um dos mercados mais quentes do momento: a produção de cursos para venda online.

Com o e-learning cada vez mais comum à vida das pessoas, os cursos online encontram cada vez menos barreiras para chegar aos mais diversos públicos.

De cursos de inglês, francês e espanhol a curso de sorveteria online, é possível encontrar cursos para absolutamente todos os nichos e áreas do conhecimento.

A busca por cursos online aumentou tanto que a Fundação Getúlio Vargas informou que o número de matrículas de janeiro a junho de 2020 foi mais de 300% maior do que o número de matrículas no mesmo período de 2019.

A movimentação nesse mercado ocorre de diversas formas, gerando renda e possibilidade para criadores de conteúdo, redatores, fotógrafos, editores de imagem e vídeos, designers, publicitários, gerentes de mídias sociais e revendedores que podem lucrar com comissões nas vendas dos produtos.

Com o aumento da demanda, todos esses profissionais tiveram mais oportunidades em suas carreiras.

Conclusão
Embora a pandemia tenha trazido danos irreversíveis à sociedade como um todo, deixando marcas que jamais poderão ser apagadas na vida das pessoas, no ramo econômico, as marcas são diferentes… São sinais de que há ventos de mudança mundial soprando.

Não cabe a nós nomear essas mudanças como algo bom ou ruim, mas apenas pontuar o que ocorreu durante esse ano de crise e observar como alguns negócios foram positivamente impactados enquanto outros foram prejudicados a pontos irreversíveis.

O avanço tecnológico que se impôs agora pode ser um “boom” com consequências boas ou ruins daqui a algum tempo, mas nesse momento só nos cabe olhar para as possibilidades digitais como algo positivo e como uma possível saída para a sobrevivência dos negócios durante a pandemia.

Cabe-nos utilizar a inteligência humana para “domar” a tecnologia e utilizá-la a nosso favor, fazendo com que os negócios que se perderam durante esse período possam renascer de alguma forma, com o uso da força tecnológica conectada globalmente e com a criatividade humana, que sempre esteve presente e nos fez a espécie predominante, capaz de se adaptar aos mais absurdos espetáculos da natureza e às mais ásperas crises humanitárias, econômicas e de saúde.

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