PME

Por Darlan Alvarenga, G1


Apesar da redução das medidas restritivas e do avanço da vacinação contra o coronavírus, o faturamento dos pequenos negócio ainda está, na média, 43% menor do que o nível de antes do início da pandemia, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgada nesta sexta-feira (25).

Segundo o Sebrae, trata-se do pior resultado desde julho do ano passado, quando o faturamento médio chegou a cair quase metade (45%).

O estudo “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que 79% das empresas continuam relatando perdas no faturamento – percentual que se mantém inalterado desde fevereiro. Para 67%, a renda atual do negócio não é suficiente sequer para cobrir as despesas.

"É fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo desses empréstimos de forma rápida”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacando que o setor é o que mais emprega no país, respondendo por cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto).

A pesquisa entrevistou 7.820 microempreendedores individuais (MEI) e donos de pequenos negócios entre os dias 25 de maio e 1º de junho, em todos os estados e no Distrito Federal. O intervalo de confiança é de 95%.

Aumento da inadimplência

O levantamento aponta que o número de empresas com dívidas em atraso passou de 34% em fevereiro para 36% em maio.

Por outro lado, aumentou o número de empresários que buscaram crédito e conseguiram. O percentual de sucesso nos pedidos de empréstimos subiu de 11%, em abril do ano passado, para 52% em maio. Agora, apenas 5% disseram ainda aguardar uma resposta dos bancos. A maior dificuldade para obter crédito permanece para quem é MEI.

O Sebrae defende um projeto para suspender o pagamento de tributos para o segmento, numa espécie de moratória, e outro que prevê um parcelamento especial de débitos relativos a impostos (Refis do Simples Nacional).

"Um Refis é mais do que importante, é sobrevivência. O setor de turismo e eventos está há 14 meses com faturamento zero, então vai pagar o que? Não fatura nada", afirma Melles.

56% se dizem aflitos com o futuro

A pesquisa revela também que mais da metade (56%) das pequenas empresas se diz aflita e apreensiva com relação ao futuro, enquanto que 44% estão animados, conformados ou aliviados.

Na visão dos empresários, o retorno à normalidade ocorrerá daqui 18 meses, a partir das eleições de de 2022. Esse índice tem crescido desde novembro do ano passado, quando o tempo de retorno estimado estava em 14 meses.

A pesquisa revela ainda que apenas 3 em cada 10 negócios têm mais de 50% do faturamento com vendas online.

Segundo o Sebrae, as atividades mais afetadas no momento são as dos segmentos de turismo, economia criativa, salões de beleza, academias e logística e transporte – todas com perda de faturamento acima dos 50%. As atividades menos afetadas são o agronegócios, energia, indústria de base tecnológica, pet shops e serviços empresariais.

"Quem vai nos ajudar a retomar é só a vacinação mesmo", afirmando o presidente do Sebrae, destacando também a perspectiva de uma maior abertura da economia e melhora do ritmo de recuperação da economia a partir do segundo semestre.

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