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IPOs podem bater novo recorde e movimentar até R$ 250 bilhões neste ano

Volume seria o dobro maior do que o registrado em 2020; quatro empresas devem ser precificadas nesta semana

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São Paulo

As ofertas públicas de ações (IPOs) devem alcançar novos recordes ao longo do ano, dizem bancos de investimentos. A estimativa é que as operações somem de R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões até o fim de 2021 —o que pode significar o dobro do registrado em 2020 (R$ 117,5 bilhões).

Só neste ano já foram lançados 29 IPOs —superando os 28 feitos no ano passado. Também já foram feitas 16 ofertas subsequentes de ações (follow ons), ante 23 em 2020.

Só para esta semana, a previsão é que haja a precificação de ao menos quatro IPOs, que devem movimentar R$ 10 bilhões. Considerando todas as 22 ofertas esperadas (16 já protocoladas e com previsão para precificação até 5 de agosto e outras seis ofertas a confirmar), a movimentação total deve ultrapassar os R$ 40 bilhões.

Funcionário da Bolsa de Valores de Nova York; IPOs podem movimentar mais de R$ 40 bilhões nas próximas semanas
Funcionário da Bolsa de Valores de Nova York; IPOs podem movimentar mais de R$ 40 bilhões nas próximas semanas - Wang Ying - 13.mai.2019/Xinhua

Segundo Gustavo Miranda, responsável pela área de investment banking do Santander, as perspectivas positivas se baseiam em um bom cenário macroeconômico, que traz boas expectativas de crescimento da economia, por exemplo, e câmbio forte.

“Isso cria um cenário favorável. Pelo menos 70% das ofertas dessa nova safra são acima de R$ 1 bilhão. Hoje temos cerca de 22 ofertas no pipeline [por vir] que podem movimentar mais de R$ 40 bilhões. As ofertas vêm num tamanho maior, em uma boa escala e com nomes interessantes”, afirmou Miranda.

Ainda segundo o executivo do Santander, há uma prevalência de empresas do setor de TMT (telecomunicações, mídia e tecnologia) entre as empresas que estão no pipeline –oito (36,4%) delas são voltadas para esse setor e podem movimentar R$ 7,1 bilhões.

Em segundo lugar, vêm o setor de comércio e varejo (18,2%), com quatro empresas que podem movimentar R$ 6,5 bilhões, e as companhias voltadas para indústria (13,6%), que podem movimentar R$ 8,5 bilhões.

“É claro que nós enfrentamos um cenário de volatilidade quando olhamos para toda a discussão da reforma tributária, por exemplo. Mas, pelas últimas notícias que tivemos, acho que tem uma grande possibilidade de diálogo entre o governo e o setor produtivo. Isso acontecendo, acho que as perspectivas positivas para essa janela e para o restante do ano se concretizam”, afirma o responsável pela área de investment banking da XP Investimentos, Pedro Mesquita.

Apesar das estimativas positivas para o mercado de capitais, os executivos afirmam que esses números ainda podem mudar, uma vez que sua concretização depende de estabilidade do mercado e do apetite dos investidores.

Esse apetite pode ser sentido durante as conversas que as empresas têm com o mercado, antes de abrirem seu capital efetivamente. Essas conversas acontecem normalmente durante o chamado bookbuilding.

Bookbuilding é o processo usado para definir o preço justo de uma ação. É por meio dele que os investidores institucionais sugerem a quantidade de ações que querem comprar e a que valor. Com isso, a companhia consegue sentir a receptividade do mercado para a oferta e fixar uma quantia condizente com as expectativas do mercado.

Executivos do mercado que preferiram não se identificar sinalizaram que já existem algumas companhias que podem reduzir sua oferta ou mesmo adiar a estreia na Bolsa de Valores, diante da demanda e dos retornos que têm recebido dos investidores.

Nesta lista estaria a Raízen, cuja oferta pretendia movimentar cerca de R$ 10 bilhões e que, diante das análises que tem recebido do mercado, pode optar por reduzir o valor da sua oferta, segundo fontes.

Outra empresa considerada cara pelos investidores é a Oncoclínicas. Ainda segundo as fontes, o preço está salgado e existe a possibilidade de que a empresa opte por adiar seu IPO –podendo, assim, refazer seus relatórios e prospectos de maneira a convencer os investidores de que o preço almejado é justo.

Procuradas, a Raízen preferiu não comentar o assunto. A Oncoclínicas informa que segue em período de silêncio e não comenta especulações de mercado.

Os investidores que quiserem participar das ofertas que serão lançadas nas próximas semanas precisarão ter conta em um banco ou corretora –é por meio do home broker que o cliente costuma receber a mensagem sobre um novo IPO.

O prospecto (relatório que detalha informações da companhia e da oferta em si) pode ser encontrado no site da B3, a Bolsa brasileira, e, segundo analistas, é importante que o investidor leia esse documento antes de tomar a decisão de investir na oferta.

Para participar, o investidor precisará acessar o home broker e fazer uma reserva de compra, na qual preenche o quanto deseja gastar com a oferta, o preço máximo que pretende pagar por cada ação ou cota e informando se é um investidor vinculado –que tem algum vínculo profissional com a empresa ou com as instituições financeiras participantes.

Apenas não adquirirão ações pela oferta aqueles investidores que definiram um preço máximo inferior ao valor definido no bookbuilding.


IPOs que devem sair nas próximas semanas

Empresa e previsão de precificação

  • Smartfit - 12 de julho
  • CBA - 13 de julho
  • Intercement - 14 de julho
  • Multilaser - 15 de julho
  • Méliuz (follow on) - 15 de julho
  • Desktop - 19 de julho
  • AgroGalaxy - 19 de julho
  • Unifique - 23 de julho
  • Armac - 26 de julho
  • Traders Club - 26 de julho
  • Brisanet - 27 de julho
  • Raízen - 27 de julho
  • Oncoclínicas - 28 de julho
  • Tópico - 28 de julho
  • Clearsale - 28 de julho
  • CSN Cimentos - ​5 de agosto
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