A mais grave crise econômica dos últimos 90 anos, causada pela pandemia do coronavírus, afetou o desempenho da indústria automobilística paranaense. Em outubro, o nível de produção acumulado nos últimos 12 meses estava em seu pior nível em mais de três anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) fala em uma volta aos níveis pré-crise em 2025.
O cenário preocupa a indústria de autopeças, já que mais de 60% do faturamento deste ano depende das montadoras, aponta o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Mas, segundo a consultoria internacional KPMG, há grandes possibilidades de uma reação mais rápida do segmento de autopeças.
Um fator, segundo Ricardo Bacellar, sócio-líder de Industrial Markets e Automotivo da KPMG no Brasil, pode beneficiar a indústria de autopeças. Em 2020 uma porcentagem significativa dos veículos comprados nos últimos anos atingiu o momento exato do surgimento da necessidade de consertos, o que pode reanimar o mercado de reposição de autopeças, atualmente responsável por cerca de 17% do faturamento.
Este cenário causa um dilema para as empresas de peças de reposição automotiva: ao mesmo tempo em que precisam se adaptar a uma queda súbita na demanda, também necessitam estar prontas para um aumento na demanda em um ou dois anos, aponta a consultoria.
"O momento é de elevada criticidade. Para superar os desafios, a indústria precisa ter acesso a informações qualificadas que suportem decisões estratégicas de negócios e acompanhem com máxima atenção todas as alterações de percepção de valor de compra dos consumidores. Estes dois elementos serão cruciais para determinar o sucesso ou o fracasso das empresas de autopeças na retomada das operações e dos negócios", afirma Bacellar.
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