GM vende mais no Brasil e menos na China e nos EUA

Resultados do segundo trimestre mostram volumes menores de veículos nos principais mercados por causa da covid-19 e dos semicondutores

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Bruno de Oliveira
  • 26/07/2022 - 19:52
  • 2 minutos de leitura
    
             Mary Barra, da GM: confiança em mais vendas no segundo semestre. (Foto: Divulgação)


    A General Motors encerrou o segundo trimestre com maior volume de vendas no Brasil, segundo balanço divulgado na terça-feira, 26. Por aqui, as vendas somaram 66 mil unidades, alta de 32% na mesma base de comparação. O resultado levou a empresa a deter um market share de 12,8%. No ano passado, no segundo trimestre, a fatia era de 9,1%.

    O crescimento nas vendas, no entanto, não se repetiu nos maiores mercados da GM no mundo. Na América do Norte a empresa reportou queda de 13,5% ante o volume vendido no terceiro trimestre do ano passado, somando 687 mil veículos.

    Com a queda nas vendas, caiu também o Ebit, indicador de lucro antes de juros e impostos. O balanço mostra ganhos de US$ 2,3 bilhões, 20% a menos do que no abril-junho do ano passado.

    A CEO Mary Barra afirmou que o resultado "reflete os impactos da cadeia de suprimentos", e que a companhia, na América do Norte, opera em volumes menores por causa da escassez de chips.

    A falta de semicondutores, inclusive, levou a empresa a estocar um volume de 90 mil veículos montados parcialmente em função da falta de chips nas fábricas instaladas na América do Norte.

    A receita na região, por outro lado, aumentou 3% na comparação com a registrada no segundo trimestre do ano passado, chegando a US$ 28,8 bilhões.


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    De acordo com a CEO, que apresentou o balanço via internet, o resultado da receita é reflexo de preços maiores na região e aumento do volume de vendas das picapes Chevrolet Silverado e GMC Sierra.

    "Há preocupações com as condições econômicas, com certeza. Por isso estamos tomando medidas proativas para gerenciar custos e fluxos de caixa. Também modelamos muitos cenários de desaceleração e estamos preparados para tomar medidas deliberadas quando e se necessário", contou a CEO da GM.

    Reversão de prejuízo

    Já na região que a GM denomina como internacional, que são todos os países exceto aqueles da América do Norte e a China, a montadora registrou aumento de 36% da receita ante aquele aferida no abril-junho de 2021. O lucro Ebit no período foi de US$ 300 milhões, revertendo prejuízo no mesmo valor verificado no segundo trimestre do ano passado.

    As vendas nessa região, que inclui também o mercado brasileiro, somaram 155 mil veículos, 30% a mais do que no terceiro tri de 2021. 

    China derruba os números da GM

    No mercado chinês, por outro lado, a montadora observou sua receita cair no segundo trimestre do ano. Segundo o balanço, a receita no período foi de US$ 6,1 bilhões, o que significa retração de 33% na comparação com a receita aferida no mesmo período no ano passado.

    A receita menor é resultado de volumes menores de vendas naquele país. Os dados do balanço mostram que na China foram vendidos 484 mil veículos, 34,6% menos. Com isso, a empresa acumulou uma perda de US$ 100 milhões na participação dos lucros da joint-venture que mantém com a SAIC, apontou o balanço.

    Mary Barra informou, ainda, que estão mantidas as metas financeiras para o ano. "Nossa perspectiva para o segundo semestre é forte, e estamos reafirmando nosso guidance que inclui Ebit entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões. Essa confiança vem de nossa expectativa de que a produção global da GM e as vendas no atacado aumentarão acentuadamente no segundo semestre". A empresa também pretende aumentar as vendas globais em até 30% este ano.