Os sindicatos defendem que o caminho correto para solucionar o problema das ligações indesejadas é o regimento da atividade econômica de telemarketing.
Os sindicatos defendem que o caminho correto para solucionar o problema das ligações indesejadas é o regimento da atividade econômica de telemarketing.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As entidades sindicais que representam os trabalhadores de telemarketing no país emitiram uma nota nesta quarta-feira (20) afirmando que a medida tomada pelo Ministério da Justiça, em suspender 180 empresas por telemarketing abuso, pode causar a perda de até 400 mil empregos no país, em geral, jovens em seu primeiro emprego com registro em carteira, na maioria mulheres.

Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a ação anunciada ontem pelo governo traz enorme preocupação. “Robôs, ou bots, como também são chamados, ampliaram a capacidade de produzir mais em menos tempo, encurtaram distâncias e otimizaram centenas de tarefas, porém, os que atuam erroneamente efetuando inúmeras ligações indesejáveis aos clientes, prejudicam a boa prática comercial entre empresa e consumidor, além de proporcionar o drama do desemprego para milhares de famílias de trabalhadores que exercem com enorme dedicação essa tão essencial profissão. Visto recentemente, o papel fundamental dessa categoria no triste período da pandemia do Covid-19, vivenciado pelo povo brasileiro”, diz a entidade.

Os sindicatos defendem que o caminho correto para solucionar o problema das ligações indesejadas é o regimento da atividade econômica de telemarketing, criando regras e boas práticas, assim como a regulamentação da profissão, para que haja tanto a proteção ao consumidor, como para os trabalhadores. “Não é a simples proibição dessa atividade que trará solução ao problema. Necessitamos de um maior debate, que envolva o poder público, empresas, a sociedade e, logicamente, os trabalhadores”, diz a nota da UGT.