Perspectivas otimistas com campanhas de vacinação no exterior e o progresso em direção a mais estímulos fiscais nos Estados Unidos respaldaram o apetite ao risco nos mercados globais, beneficiando as Bolsas.

O Ibovespa (principal indicador da Bolsa brasileira) rompeu o nível dos 116 mil pontos e zerou ontem as perdas deste ano. O índice terminou a sessão aos 116.148,63 pontos, alta de 1,34%, maior nível de fechamento desde 19 de fevereiro. No ano, agora, já há um pequeno ganho acumulado, de 0,44%.

Esta foi mais uma sessão marcada pelo fluxo estrangeiro, que também alimenta as apostas domésticas para o índice. No exterior, o desfecho cada vez mais próximo de uma nova rodada de estímulos fiscais nos EUA impulsiona a busca por risco, fazendo Nasdaq renovar máxima histórica. Por aqui, o investidor segue atento ao desenlace das reformas em 2021.

“O mercado lá fora está comemorando o encerramento do processo eleitoral (nos EUA), além dessa possibilidade de pacote. O fluxo está enorme para os ativos de risco, e hoje pode se ver um destaque em empresas que são monitoradas por gringos”, destacou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

O otimismo de investidores com a aprovação do novo pacote fiscal nos EUA foi ampliado durante a tarde, após notícia de que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, convidou parlamentares democratas e republicanos para uma reunião sobre o tema. Como resultado, as Bolsas de Nova York ampliaram os ganhos em relação à manhã, com o índice Nasdaq renovando recorde de fechamento. “O texto do pacote parece estar ganhando apoio, aumentando as chances de que seja aprovado até o fim do ano”, comenta o LPL Research.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,14%, acompanhado por S&P 500 (+1,29%) e pelo Nasdaq (+1,25%).

Dólar

O cenário externo também favoreceu o real, já que o dólar caiu 0,66%, a R$ 5,08. O dólar engatou queda nos negócios da tarde, após uma manhã volátil. As moedas emergentes ganharam força ontem, e o real acompanhou o movimento, em dia também de queda da moeda americana nos países desenvolvidos. A entrada de fluxo externo para aplicações na Bolsa e renda fixa também ajudaram a retirar pressão do câmbio, mesmo persistindo as dúvidas sobre a situação fiscal do Brasil, destacam operadores. No ano, a moeda dos EUA ainda acumula alta de 26,85%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.