A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2021. Segundo a entidade, a economia brasileira deve crescer 3% neste ano, caso a atividade econômica retorne em maio, as medidas de isolamento social sejam reduzidas e a pandemia, controlada. Em dezembro, a alta foi estimada em 4%.
“Esse crescimento é muito pequeno se você pensar que a economia caiu 4,1% no ano passado”, diz o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, que atribui o resultado ao fraco desempenho econômico.
Em cenário mais pessimista nos cálculos da CNI, a atividade econômica retornaria aos níveis pré-pandemia só em 2022 e o crescimento do PIB seria de apenas 0,6%. Essa visão considera piora significativa da crise sanitária nas próximas semanas e intensificação das medidas de isolamento social, além de taxas de câmbio, inflação e juros mais elevados.
Já o PIB industrial deve ficar em 4,3%. A previsão anterior era 4,4%.
Com os brasileiros voltando a procurar trabalho, os números do desemprego devem subir, embora o volume de ocupados também possa avançar em 2021. A taxa de desocupação deve chegar a 14,6%, acima dos 13,5% observados em 2020, com um novo recorde no segundo trimestre.
"Durante a crise, muita gente perdeu emprego, não viu perspectiva de conseguir outro e desistiu. Essas pessoas saíram da força de trabalho. Quase metade das que perderam emprego não voltaram a procurar, e devem voltar agora", diz Fonseca.
com Filipe Oliveira e Andressa Motter
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