(08/05/2022) – De acordo com o estudo Produtividade na Indústria, publicado recentemente pela CNI, a produtividade do trabalho industrial recuou 4,6% em 2021 em comparação ao ano anterior. Conforme apontado, este é o patamar mais baixo desde o início da série, em 2000. É o segundo ano seguido de queda do indicador, que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção.
No ano passado houve um aumento de 4,3% no volume produzido e de 9,3% nas horas trabalhadas na produção. Em todos os trimestres de 2021, a produtividade no setor recuou devido aos impactos da segunda onda de Covid-19. A maior queda anual registrada pelo indicador foi de 2,2%, em 2008, como consequência da crise financeira global.
“A desaceleração em 2021 reflete os efeitos da segunda onda de Covid-19 e as dificuldades enfrentadas para a retomada dos investimentos e da produção. Há gargalos antigos e problemas com a falta e o alto custo de insumos e de matérias-primas”, explica Samantha Cunha, gerente de política industrial da CNI. Outro fator que contribuiu para a queda no último ano é a mudança na composição do mercado de trabalho. “Houve maior crescimento do setor informal frente ao setor formal, o que indica o avanço de ocupações de baixa escolaridade e menor produtividade”, completa Cunha.
No curto prazo, a perspectiva é de baixo crescimento, em patamar semelhante aos anteriores à crise sanitária. Em 2018 e 2019, a produtividade na indústria ficou abaixo de 1%. Segundo a CNI, no longo prazo pode haver um aumento sustentado da produtividade com as oportunidades relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0 e ao desenvolvimento do 5G, se houver investimentos em inovação.