Empresa de venda de energia elétrica investe R$ 600 milhões em parque eólico

Atacadista no mercado de energia elétrica, a 2W volta-se para o varejo e investe agora também na geração de energia, com a construção do Parque Eólico Anemus, no Rio Grande do Norte.

Até há pouco tempo uma empresa de venda de energia elétrica apenas no atacado, a 2W Energia deu uma guinada notável para a comercialização no varejo. É todo um mercado em criação – e o mais importante, um mercado livre. Uma série de novos procedimentos entram na rotina empresarial de pequenos e médios negócios de todo o Brasil: agora a empresa consumidora tem possibilidade de escolher periodicamente o fornecedor de energia com produto mais interessante e dentro de seu orçamento. A plataforma de negócios da 2W permite até a estocagem de energia como investimento. 

Dessa forma, o futuro projetado pela 2W em seu plano estratégico de dois anos atrás não alterou apenas as atividades e os objetivos da empresa, mas também iniciou uma revolução no setor de energia do Brasil. De um lado, a empresa – que ainda mantém a unidade de comércio no atacado – redirecionou esforços para um comércio “customizado”. De outro, passou a investir diretamente na produção de energia renovável, com o início da construção do Parque Eólico Anemus, nos municípios de Currais Novos e São Vicente, Rio Grande do Norte. Terá capacidade de 139 MW e exigirá investimento de R$ 600 milhões.

“Esse movimento duplo tem como objetivo atrair pequenas e médias empresas para a compra de energia no mercado livre, um tipo de transação que grande número de empreendedores nem sabe da existência”, diz Claudio Ribeiro, presidente da 2W Energia. Entre as empresas atendidas estão escolas, hospitais e pequenas indústrias do Brasil inteiro. “Nossa missão não é só comercializar energia, mas também fornecer acesso à informação do que é mercado livre”, afirma Ribeiro. Para isso, a empresa conta com 600 agentes autônomos, número previsto para chegar a mil até o fim de 2021*. “A plataforma de serviços da 2W democratiza o acesso à energia renovável”, diz o executivo.


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Previsto em lei desde 1995, o mercado livre de energia só agora estabeleceu um teto acessível para as empresas fora do círculo das grandes corporações. Por meio desse mercado, a empresa consumidora pode escolher mensalmente onde vai comprar energia, de acordo com as melhores condições. Em menos de um ano, a 2W firmou contratos para fornecimento de energia renovável com cerca de 120 clientes, prevendo prazos de 3 a 15 anos. Dessa forma, o Brasil adota procedimentos existentes há décadas em países como a Alemanha e Portugal. Agora, o consumidor, se gastar por mês no mínimo 50 kW e estiver conectado à alta tensão, pode migrar para o mercado livre. Bastará acessar o site de uma empresa como a 2W, fazer simulações e contratar o serviço de fornecimento de energia mais apropriado.

Em 2020, a 2W estruturou – e em 2021 assinou –  um contrato de US$ 45 milhões com a financeira norte-americana Darby Overseas Partners para o início da construção dos 33 aerogeradores do Anemus. Paralelamente, emitiu debêntures certificadas como verdes – têm contribuições positivas ao crescimento sustentável – no total de R$ 475 milhões, com vencimento em 2039. As duas operações darão os recursos necessários para o Anemus. Com essa confiança, a 2W planeja novo parque eólico, batizado de Kairós, no Ceará. As obras devem começar ainda em 2021.