Rendimento dos fundos imobiliários pode mudar, recall da Tesla e o que importa no mercado

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Decisão pode afetar os rendimentos dos FIIs

Um entendimento da CVM, órgão que regula o mercado, pode afetar a indústria de FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) e seus cerca de 1,5 milhão de cotistas.

Entenda: uma decisão do colegiado de dezembro, que foi suspensa temporariamente nesta terça (1º), pode afetar a distribuição de rendimentos dos FIIs. Por serem isentos da cobrança de IR (Imposto de Renda), eles são um dos maiores atrativos dos fundos imobiliários.

A decisão envolve o maior FII em número de cotistas no Brasil, o Maxi Renda, que é administrado pelo BTG Pactual.

Visão aérea de prédios espelhados em dia ensolarado
Prédios de escritórios localizados no eixo Luis Carlos Berrini e Marginal Pinheiros, em São Paulo (SP) - Eduardo Knapp/Folhapress

Lucro caixa x lucro contábil. O imbróglio gira em torno desses dois diferentes sistemas da contabilidade dos FIIs:

  • O primeiro é composto pela receita gerada pelos ativos dos fundos (basicamente aluguéis de imóveis ou rendimentos de títulos de créditos imobiliários).
  • O segundo também considera a depreciação dos ativos do fundo, levando em conta sua avaliação atual de mercado. No caso dos imóveis, o valor da reavaliação anual das propriedades.
  • A lei obriga os FIIs a distribuírem 95% dos lucros auferidos. Nesse caso, o rolo está em qual sistema de contabilidade considerar para esse repasse.

Caso Maxi Renda: na avaliação da CVM, o FII distribuiu aos seus cotistas em 2021 rendimentos superiores em relação ao apurado de lucro contábil.

Por que importa: caso esse entendimento se mantenha, os valores excedentes aos que foram apurados no lucro contábil ainda poderiam ser distribuídos, mas como ganho de capital, que sofre tributação de 20% do IR.


Janeiro vermelho para o Nubank

Acompanhando a forte queda das ações de tecnologia nos EUA no início deste ano, os papéis do Nubank despencaram 20,8% no acumulado de janeiro na Bolsa de Nova York (NYSE).

Em números: quando fez seu IPO, a fintech foi avaliada em US$ 41,5 bilhões (R$ 222,3 bilhões), tornando-se na época o banco mais valioso da América Latina.

Com a queda atual, o Nubank tem valor de mercado de US$ 34,2 bilhões (R$ 183,2 bilhões) e foi ultrapassado por Itaú (US$ 43,5 bilhões, R$ 233,02 bilhões) e Bradesco (US$ 38,1 bilhões, R$ 204,1 bilhões).

O que explica: a tendência de aperto monetário pelos bancos centrais torna o crédito mais caro e afugenta o capital de risco. Esses fatores prejudicam as empresas de tecnologia que ainda precisam de muitos investimentos para ganhar escala e participação de mercado, caso do Nubank.

A Nasdaq, Bolsa americana que concentra boa parte das techs, caiu -8,98% em janeiro, no seu pior mês desde março de 2020.

Mais sobre a Bolsa:

Puxado pelos papéis de Vale (5,5%) e de Petrobras (2%), o Ibovespa fechou esta terça em alta de 0,97%, a 113.228 pontos. O dólar caiu 0,62%, a R$ 5,27​, na menor cotação em quatro meses.

A presidente no Brasil da BlackRock, maior gestora de ativos no mundo, afirmou à Folha que a empresa manterá seus planos de investimentos e de expansão no país independentemente do resultado das eleições deste ano.

A Alphabet, dona da Google, registrou lucro de US$ 20,64 bilhões (R$ 109 bilhões) no último trimestre de 2021, alta de 36% em relação ao mesmo período de 2020. As ações da companhia subiram quase 10% nas negociações pós-mercado da Nasdaq.


Índia taxa criptos

O governo da Índia anunciou nesta terça que vai taxar em 30% os lucros sobre as criptomoedas e também prevê o lançamento da sua "rúpia digital" até março do ano que vem.

Entenda: o país é um dos mercados de maior crescimento na negociação de criptos, mas não é de hoje que o governo enfrenta uma batalha contra esses ativos. Em 2018, o banco central local chegou a proibir as transações com as moedas digitais, mas a decisão foi revertida pela Justiça.

Rúpia digital: a iniciativa de desenvolvimento de uma moeda digital própria não é exclusiva da Índia. Por enquanto, a China é a mais avançada nessa frente, mas o Banco Central do Brasil também está no jogo e prevê testar o Real Digital com clientes reais até 2023.

A novidade é uma das razões para que países tenham apertado o cerco contra as criptos recentemente. Em setembro de 2021, a China tornou ilegal todas as atividades envolvendo esses ativos. No mês passado, foi a vez do banco central russo propor medida semelhante.

Mais sobre as criptos:

Opinião: o bitcoin joga com a fantasia do individualismo autossuficiente, de proteger a família com sua arma e tratar a Covid com seu vermífugo, afirma Paul Krugman, colunista do The New York Times.


Tesla fará recall de 53 mil carros

A Tesla terá de fazer um recall de 53.822 veículos nos EUA para desativar uma atualização que permite que os carros não parem completamente antes de atravessar os cruzamentos.

Entenda: o recurso foi incluído em alguns veículos da montadora em outubro. Ele só é ativado se o carro estiver em uma velocidade abaixo de 9 quilômetros por hora e nenhum outro veículo, pedestre ou ciclista for detectado perto do cruzamento.

A Tesla aceitou a exigência de recall da agência americana de segurança no tráfego, mas disse que não recebeu reclamação de garantia ou acidentes relacionados ao recurso.

Não é a primeira vez: no final de dezembro do ano passado, a empresa de Elon Musk já tinha anunciado um recall de quase 500 mil carros para resolver questões de segurança.

linha de veículos de cor escura da Tesla
Os veículos Model 3, da Tesla, fabricados na China durante evento de entrega em sua fábrica, em Xangai - Aly Song/Reuters

Por que importa: a montadora já é investigada pela mesma agência por causa do seu sistema Autopilot, que dirige, acelera e freia um carro sozinho. Segundo autoridades americanas, são pelo menos 12 mortes no trânsito desde 2016 em carros Tesla que operavam nesse modo.

Diferentemente de outras marcas, a empresa de Elon Musk não tem um mecanismo eficaz para proibir que os motoristas tirem as mãos do volante por muito tempo.

Reação negativa: a Tesla divulgou na semana passada seus resultados referentes a 2021, quando a montadora entregou 936 mil veículos, um recorde. Apesar da receita superar as expectativas do mercado, as suas ações despencaram 11% no dia seguinte com o alerta para a falta de insumos.

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