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Mutações mais transmissíveis do coronavírus ligam o alerta no Paraná
| Foto: Luiz Costa / SCMS

As mutações do coronavírus ligaram o alerta na saúde pública do Paraná. O recado das autoridades sanitárias é bem enfático: agora, mais do que nunca, é necessário reforçar todas as medidas preventivas da Covid-19. Isso porque as novas variantes são mais contagiosas, o que pode sobrecarregar ainda mais os hospitais.

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Semana passada, a prefeitura de Curitiba já há havia reforçado o monitoramento de pessoas vindas de Manaus, onde uma das novas cepas mais transmissíveis foi descoberta. Nesta segunda-feira (25), a Secretaria Estadual de Saúde (Sea) emitiu uma Nota Orientativa com medidas de prevenção não só da variante da capital do Amazonas, mas também das novas cepas mais transmissíveis detectadas no Reino Unido e África do Sul.

Apenas um mês após ser detectada, a nova variante já é responsável por quase metade das infecções de Covid-19 em Manaus. De acordo com pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), a nova cepa já é responsável por 42% das infecções na capital amazonense.

O chefe da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o professor de Bioquímica e Biologia Molecular Emanuel Maltempi, afirma que é questão de tempo para essa variante não só chegar ao Paraná, como também tem grande possibilidade de se tornar a cepa dominante aqui, como em Manaus. O assunto, inclusive, foi debatido em reunião da comissão nesta segunda-feira. “Essa variante de Manaus vai chegar aqui porque não temos restrições de viagens. E quando chegar, vai se tornar a variante dominante nas infecções por ser mais transmissível”, avalia Maltempi.

Por isso, enfatiza o cientista da UFPR, a prevenção do contágio, principalmente em relação às aglomerações, deve de ser reforçada. Ele explica que em Manaus foi justamente o afrouxamento das medidas restritivas da Covid-19 justamente no momento em que surgiu a variante mais contagiosa que fez com que a sistema de saúde colapsasse, com falta não só de leitos, mas também de oxigênio para atendimento dos pacientes.

“Se antes podia haver 100 pessoas infectadas em uma festa, agora poderemos ter 200 em um evento da mesma proporção, com o mesmo número de pessoas. Mesmo que essas novas cepas ainda não tenham sido comprovadas como mais letais, elas são muito mais transmissíveis. Ou seja, têm capacidade de sobrecarregar rapidamente ainda mais o nosso sistema de saúde”, compara.

Norma Orientativa

A Norma Orientativa 01/2021 emitida pela Secretaria Estadual de Saúde nesta segunda é justamente para reforçar as medidas preventivas da Covid-19 com as novas mutações do coronavírus. “Devido ao alto poder de transmissão da variante, ressalta-se a importância das medidas de controle e prevenção da disseminação do vírus já estabelecidas, destacando a quarentena para pessoas procedentes de locais de risco”, diz a nota.

O documento solicita às autoridades de saúde especial atenção à investigação clínica dos pacientes vindos do exterior ou do território nacional nos últimos 14 dias. Exames também serão colhidos no Paraná e encaminhados para a Fiocruz avaliar se há presença das novas variantes. A Sesa lembra que uma das novas variantes também já foi detectada no Rio de Janeiro.

Outra orientação do governo na nota é para que as empresas fiquem atentas com funcionários que tenham viajado para essas regiões. “As empresas devem ter protocolo para testagem e isolamento de todos os trabalhadores e visitantes viajantes brasileiros ou estrangeiros que retornarão à empresa. Estes devem apresentar teste RT-PCR negativo antes de voltar ao trabalho”, exige a normativa.

Casos suspeitos em Curitiba

Nove pacientes vindos de Manaus semana passada que testaram positivo para Covid-19 semana passada tiveram seus exames enviados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para que seja feito o sequenciamento genético que confirme ou descarte a infecção pela nova mutação do coronavírus.

Um casal de Manaus que está entre os nove infectados havia deixado de responder o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas já voltou a fornecer informações de seu quadro clínico à central da prefeitura. Todos esses pacientes vindos do Amazonas estão isolados, medida que segundo a médica infectologista da SMC é fundamental no tratamento da Covid-19, mas que ganha mais força para para retardar o máximo possível a disseminação da mutação mais transmissível.

“Reforçarmos para que todas as pessoas continuem com os cuidados de uso de máscara, distanciamento social de 1,5 metro, higienização das mãos e para que quem estiver com sintomas ou já estiver diagnosticado com Covid-19 se isole, fique em casa por pelo menos dez dias”, clama Marion.

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