Firjan estima investimento de R$ 50 bilhões em óleo e destaca potencial de integração energética

Como maior polo produtor nacional de petróleo e gás, o estado do Rio de Janeiro tem mapeados R$ 50 bilhões em investimentos entre 2021 e 2023 em Exploração & Produção (E&P) e Abastecimento. Os dados são do “Anuário do Petróleo no Rio 2021”, publicação lançada nesta terça-feira (24) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Durante o debate on-line, os participantes defenderam o bom uso do petróleo como fonte para a transição energética de baixo carbono.

Em sua 6ª edição, o estudo da Firjan SENAI SESI confirmou que nos primeiros seis meses de 2021, a participação fluminense já alcançou 80% da produção nacional de petróleo. Além disso, o documento destaca que as exportações brasileiras de óleo podem alcançar um volume médio de 3,4 milhões bpd, posicionando o Brasil entre os cinco maiores exportadores de óleo até 2030. O estudo estima ainda mais de 63 mil empregos no mercado de óleo e gás nos próximos três anos.

Representando o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o vice-presidente da entidade, Raul Sanson, abriu a transmissão virtual destacando os recordes de produção e a excelência da operação brasileira no mercado de exploração e produção de óleo e gás natural. “Há um longo caminho a percorrer, com novos negócios, mais maduros e mais operadoras. Porém, com o PROMAR e o gás como insumo para novas indústrias, como a petroquímica, comprovam a recuperação do estado fluminense e confirma que o Rio tem jeito”, defendeu Sanson.

Por meio de vídeo, o ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque destacou a produção nacional de 2,9 milhões de bpd, tornando o país o 7º maior produtor mundial. Ele afirmou que essa produção irá crescer mais ainda, ressaltando a realização da 17ª Rodada de Concessão, em outubro, e o segundo ciclo de Cessão Onerosa, em dezembro.


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“Estamos trabalhando com o Congresso para modernizar o marco regulatório para as áreas de exploração e produção do pré-sal. Precisamos flexibilizar os regimes de contratação, com a possibilidade de destravar vultuosos investimentos”, afirmou Bento Albuquerque.

Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho ressaltou que, mesmo com a pandemia, foi possível avançar tanto no REATE quanto no PROMAR. Este segundo programa terá um novo workshop na semana que vem no Norte fluminense, região que será beneficiada com a revitalização dos campos maduros, com reflexo em todo o estado.

Já o diretor executivo da Petrobras, Roberto Ardenghy, citou a importância do Anuário para a formulação das políticas públicas e destacou que o projeto GasLub, no antigo Comperj, trará dinamismo para a região de Itaboraí. “O objetivo é promover projetos estruturantes no polo, como uma fábrica de lubrificantes e uma planta térmica”, acrescentou.

Transição energética

Heloisa Borges, diretora da EPE, afirmou que o petróleo terá papel importante na integração com outras fontes de energia para assegurar o desenvolvimento sustentável e baixo teor de carbono. “Hoje temos energia previsível, modicidade e avançamos na integração com a baixa emissão de carbono. O petróleo será importante nesse movimento”, declarou.

O presidente do IBP, Eberaldo de Almeida Neto, também confirmou o avanço da indústria de petróleo no estado e no país, citando a sua importância para a arrecadação de tributos e o desenvolvimento tecnológico. Lembrou que o mercado está num ciclo de oportunidades e que é necessário aproveitar a atração de novos investimentos estrangeiros.

Já a diretora da ANP, Symone Araújo, afirmou que a Agência está empenhada no desenvolvimento no novo ciclo de exploração e produção de petróleo e gás no país. Para isso, segundo ela, três elementos estão em consonância dentro da ANP: planejamento, formulação de política pública e regulação.

Por fim, a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso, que mediou o encontro on-line, lembrou que as novas operadoras que assumiram campos de produção maduros na Bacia de Campos já representam quase 25% dos investimentos identificados. “Tanto a Firjan quanto a ONIP desde o início apoiam a necessidade da revisão dos contratos de concessão. Sempre digo que o óleo é bom e traz uma série de oportunidades e riquezas para o país e a sociedade brasileira”, afirmou.