Plano de demissão da Renault supera expectativa no Paraná

Número de funcionários que aderiram ao PDV ficou acima da meta da montadora

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Bruno de Oliveira
  • 15/10/2021 - 18:30
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    A adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) superou as expectativas da montadora. De acordo com o sindicato dos metalúrgicos local, cerca de 500 funcionários aderiram ao plano até esta sexta-feira, 15. O volume representa o dobro de trabalhadores esperados para o PDV e, ainda, está próximo do número estipulado pela empresa como quadro excedente na unidade.

    Pelos cálculos iniciais da montadora, seria preciso reduzir em 550 o número de postos de trabalho nas áreas de produção da fábrica, que emprega cerca de 5 mil funcionários. Com isso, foi anunciado no final de setembro o pacote aprovado pelos funcionários que envolve o PDV e, em caso de baixa adesão, também o Plano de Demissão Involuntária (PDI), e a aplicação de lay-off.


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    Como os números superaram as expectativas, o sindicato informou que tanto o PDI quanto a suspensão dos contratos de trabalhos perdem força dentro da articulação da fabricante para ajustar a produção da unidade que produz os modelos Kwid, Sandero, Logan, Duster, a picape Duster Oroch, o SUV Captur e o utilitário Master, além de blocos e cabeçotes de motor.

    Quem aderiu ao PDV receberá o pagamento equivalente a 10 salários, verbas rescisórias e terá o plano de saúde ativo por seis meses.

    No caso do lay-off, se aplicado, a medida terá prazo inicial de 5 meses e a montadora pagará 85% do salário líquido para a 1ª turma.  Para as outras turmas, haverá garantia de 70% do salário líquido. A suspensão dos contratos de trabalho, segundo a Renault, envolverá 300 funcionários "ao longo dos próximos meses conforme a necessidade".

    Durante o ano, a falta de peças levou a montadora a paralisar temporariamente a produção por dois dias em fevereiro. Em março, anunciou um novo programa de investimento de R$ 1,1 bilhão no País, para renovação de cinco produtos e introdução de versões com motor turbo até o primeiro semestre de 2022.

    Em julho, concedeu férias coletivas por quase três semanas para os trabalhadores da unidade em função da falta de semicondutores.

    A redução de um efetivo considerado pela montadora como excedente é tema de discussão desde julho do ano passado, quando se chegou a um número de 800 funcionários a mais para a atual demanda de produção da fabricante.

    Naquele momento, a empresa fechou o terceiro turno da fábrica de São José dos Pinhais e demitiu, portanto, 747 funcionários.