Por Marta Cavallini, g1


FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — Foto: Lucas Figueira/G1

Uma pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros têm saldo de até R$ 2,5 mil no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e sonha em usar o dinheiro para comprar a casa própria – apesar de achar o benefício um "péssimo investimento".

A pesquisa foi feita de forma online pela Serasa, Banco Pan e Opinion Box com 2.132 pessoas entre 12 e 22 de abril.

O levantamento mostra que 92% dos trabalhadores afirmam saber o que é o FGTS e têm conhecimento do significado do “Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”. Isso mostra que os trabalhadores conhecem o tema. Já 8% disseram que já ouviram falar, mas não sabem bem o que é.

Oito em cada 10 trabalhadores (84%) sabem que é possível consultar o saldo do FGTS. E 6 em cada 10 (62%) sabem o valor do seu saldo atual.

Outros 16% não sabem sobre a possibilidade de consultar o saldo do FGTS e 38% não têm ideia do seu saldo atual.

Entre quem sabe o saldo, 40% afirmam ter até R$ 1.000 e 11% entre R$ 1.000 e R$ 2.500. Já 51% têm entre R$ 500 e R$ 2.500. Veja abaixo:

  • Até R$ 500,00: 34%
  • De R$ 10.000,01 ou mais: 15%
  • De R$ 1.000,01 a R$ 2.500,00: 11%
  • De R$ 2.500,01 a R$ 5.000,00: 10%
  • De R$ 5.000,01 a R$ 10.000,00: 9%
  • De R$ 500,01 a R$ 1.000,00: 6%
  • Prefiro não responder: 15%

E, quando se trata das formas de sacar o valor do FGTS, 67% afirmam saber as opções de como retirar e 33% não sabem como ter acesso ao seu saldo.

E, entre aqueles que sabem as formas de saque, fica nítido que o conhecimento vem da própria experiência, pois 83% deles já retiraram algum valor do FGTS.

As situações mais comuns de saque do FGTS que os entrevistados conhecem são na demissão justa causa, compra da casa própria e saque no mês do aniversário. Veja abaixo:

  • Quando a demissão ocorrer sem justa causa: 75%
  • Na compra da casa própria: 71%
  • No mês do aniversário: 57%
  • Com fim do contrato determinado: 58%
  • Com a aposentadoria: 58%
  • Quando a pessoa é diagnosticada com uma doença grave: 57%
  • Depois que completa a idade de 70 anos ou mais: 42%
  • Para fazer empréstimos: 36%

Nas duas últimas situações, o percentual de desconhecimento é maior que o conhecimento (58% e 64%, respectivamente).

Ainda de acordo com a pesquisa, o FGTS é considerado um péssimo investimento e há produtos com rentabilidade muito melhor para 43% dos entrevistados. Outros 33% não têm opinião formada e 24% discordam que é um péssimo investimento.

Para 39%, o FGTS é um porto seguro e os deixará protegidos no futuro. Outros 33% não concordam nem discordam e 28% discordam.

Os entrevistados responderam ainda sobre o que pretendem fazer com o dinheiro. Na percepção dos trabalhadores, o FGTS poderia ser utilizado para alcançar alguns planos e metas como comprar a casa própria, montar o próprio negócio, cuidar da saúde, pagar dívidas e viajar para o exterior. Veja abaixo:

  • Comprar uma casa própria: 45%
  • Montar o próprio negócio: 33%
  • Cuidar mais da saúde: 20%
  • Pagar todas as minhas dívidas: 17%
  • Viajar para fora do país: 17%
  • Comprar um carro: 14%
  • Trocar de carro: 11%
  • Conseguir limpar o meu nome: 10%
  • Morar fora do país: 10%
  • Mudar de profissão: 8%
  • Fazer uma Pós-Graduação ou Mestrado: 8%
  • Começar a fazer uma faculdade: 6%
  • Terminar a faculdade: 6%
  • Casar-se: 5%
  • Ter um filho: 4%

De acordo com a pesquisa, 36% dos entrevistados possuem alguma conta em atraso. Destes, 34% possuem dívidas de até R$ 1.000 e 25% entre R$ 1.000 e R$ 2.500. Para 87%, ter uma vida financeira estabilizada é fundamental para conquistar os seus sonhos e 76% afirmam que quando se é negativado é muito difícil conseguir um empréstimo.

"Em resumo, é nítido que o FGTS pode contribuir com a vida financeira dos trabalhadores, principalmente se tiverem mais conhecimento e informações sobre o tema, como o acesso ao saldo existente e a modalidade de empréstimo. Com mais conhecimento, o trabalhador brasileiro tem o poder de decisão sobre como utilizar esse recurso financeiro que, apesar de ser seu, hoje boa parte considera distante e até inacessível", conclui a organização da pesquisa.

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