Após suspender produção, Caoa Chery promete estabilidade aos funcionários de Jacareí

Montadora concordou com proposta do sindicato, que prevê aplicação de lay-off a partir de junho na unidade

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Bruno de Oliveira
  • 11/05/2022 - 18:31
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    Após reunião, Caoa Chery e sindicato dos metalúrgicos chegaram a um acordo a respeito da situação dos trabalhadores da fábrica de Jacareí (SP), que terá a sua produção paralisada até 2025. Segundo a entidade de classe, os cerca de 500 funcionários que seriam, a princípio, demitidos, serão inseridos em uma espécie de pacote de estabilidade de emprego.


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    O pacote diz respeito a uma licença remunerada em maio, estabelecimento de lay-off - que é a suspensão dos contratos de trabalho - até outubro, e até dezembro nova licença remunerada para o quadro. De acordo com Guirá Borba Guimarães, integrante da diretoria do sindicato, a Caoa Chery assinou uma ata na terça-feira, 10, concordando com as medidas.

    Procurada pela reportagem, a montadora afirmou que segue em negociação com os trabalhadores, mas não confirmou, nem negou, que tenha chegado a um acordo com os funcionários nesses termos. Uma nova reunião está marcada para ocorrer na quinta-feira, 12.

    Na semana passada a fabricante anunciou profunda reestruturação da fábrica onde são produzidos atualmente os modelos Arrizo 6 e os SUVs Tiggo 2 e 3X. O novo planejamento da montadora para a unidade prevê transformação das linhas atuais para a produção de veículos híbridos e elétricos.

    A informação foi levada pela montadora ao sindicato na quinta-feira (5), na parte da manhã, em reunião na sede da empresa em São Paulo (SP). Na oportunidade, segundo Weller Gonçalves, presidente do sindicato, a Caoa Chery alegou outros motivos para a suspensão da produção além da reestruturação. Dentre eles, falta de êxito comercial do modelo Tiggo 3X, decisão de importar o sedã Arrizo 6 e também aumento do custo logístico no país.

    Por outro lado, analistas ouvidos por Automotive Business afirmaram que há outros fatores que podem ter contribuído para a decisão da fabricante, como baixo volume de produção, aumento vertiginoso dos custos logísticos, chegada de novos competidores na região e redesenho do quadro de investidores da companhia na China.

    Desde o fim de 2017, quando se estabeleceu no país com sua parceria com a Caoa, a Chery realizou 10 lançamentos no mercado nacional, todos produzidos na região. No ano passado, a empresa realizou contratações em Jacareí para atender às demandas do Tiggo 3X, e registrou em dezembro cerca de 40 mil unidades licenciadas, o que lhe concedeu 2% de fatia do mercado nacional.

    Apesar dos resultados comerciais, a empresa, em termos produtivos, nunca conseguiu chegar próximo do patamar que havia prometido atingir na unidade paulista. Se a promessa era de serem produzidas ali 150 mil unidades por ano, em 2021, o de maior volume histórico da companhia naquela fábrica, o total chegou a 14 mil unidades.