O momento de alta demanda por aço, insumo essencial na indústria, tem atraído investimentos para o Paraná. Duas empresas grandes anunciaram aportes na área no Paraná: a filial brasileira da marca argentina Barbieri e a gigante nacional Gerdau. A primeira anunciou injeção de R$ 12 milhões na ampliação de sua planta em Almirante Tamandaré, que deve dobrar de tamanho até o fim de 2021, chegando a 8,8 mil metros quadrados. A empresa fabrica aço galvanizado para a construção civil.
Já a Gerdau, a maior fabricante do Brasil, vai reativar a produção em uma usina em Araucária que havia sido desativada em 2014. Com investimento de R$ 55 milhões, a empresa tem capacidade para produzir 420 mil toneladas de aço por ano, e deve começar com 35 mil toneladas. A Gerdau atende vários segmentos e o principal deles também é a construção civil.
Além delas, o estado possui unidade de outra das gigantes nacionais produtoras de aço, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), além de uma série de indústrias pequenas, responsáveis por abastecer segmentos da indústria da transformação, sobretudo construção civil e metalmecânica. Algumas destas pequenas consultadas pela Gazeta do Povo anunciaram otimismo nos próximos meses e até mesmo perspectivas de novas contratações.
A boa perspectiva reflete um ânimo nacional. Com a retomada da atividade industrial em boa parte do país e no mundo, a demanda pelo aço estourou. O Instituto Aço Brasil, representante do setor, aponta que a produção de aço bruto no país avançou 4,1% em março de 2021, comparado a março de 2020.
A venda da commodity no mercado interno, como exemplo, subiu 41,9% no comparativo entre os meses. As exportações, por sua vez, tiveram alta de 0,3% na comparação de março de 2021 com março de 2020 – com a diferença de que, pela flutuação cambial, isso representou um ganho de 26% a mais aos exportadores.
E a retomada do mercado do aço não é boa somente para os fabricantes, mas para a indústria como um todo, que prevê uma melhora nos preços. “O aço é o principal [gargalo na produção]”, destaca Alcino Tigrinho, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal), segmentos que são grandes consumidores. Ele aponta que, no cenário atual, “os custos estão indo para a estratosfera e os prazos de pagamento estão extremamente encurtados”. A maior oferta deve acomodar os preços.
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