Por Brenda Ortiz, G1 DF


Projeto Gilluz pretende transformar chorume e resíduos advindos de aterros sanitários em eletricidade — Foto: Divulgação

Estudantes da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criaram um projeto para transformar chorume e resíduos de aterros sanitários em eletricidade. O objetivo do Gilluz é utilizar a biologia sintética para solucionar a contaminação por chorume do Aterro Sanitário de Brasília e fornecer energia elétrica às comunidades carentes.

Segundo a pesquisa, os rejeitos recebidos no aterro equivalem a 150 caminhões de lixo por mês. "O grande volume de chorume gerado pelo aterro causa impactos severos à saúde e ao meio ambiente, ameaçando os poços, minas e nascentes que abastecem a comunidade próxima", dizem os pesquisadores.

O projeto está em desenvolvimento e, em novembro, participa de uma competição internacional. O desafio é encontrar soluções para resolver problemas locais através da biologia sintética (veja mais abaixo).

Aterro Sanitário de Brasília — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

De acordo com a estudante de Ciências Biológicas Isabela Filgueira Campos, que participa do projeto, o processo para a transformação do chorume em eletricidade começa com a modificação genética de bactérias e fungos. A intervenção é para potencializar a capacidade desses microrganismos de degradar componentes do chorume.

"Assim, trabalharemos com a biorremediação, ou seja, usaremos organismos vivos para remediar e reduzir o potencial de contaminação do chorume", diz Isabela.

O composto que resulta da degradação passa por um processo que permite a captação de energia elétrica, explica a pesquisadora (veja vídeo abaixo).

Animação mostrando processo de transformação de chorume em eletricidade do projeto Gilluz

Animação mostrando processo de transformação de chorume em eletricidade do projeto Gilluz

Por enquanto, devido a pandemia de Covid-19, a equipe trabalha de forma virtual. "Tudo é feio online. Todas as pesquisas são por meio de simulações computacionais. A previsão é irmos para o laboratório somente no ano que vem", conta Isabela.

Competição internacional

Os estudantes do DF vão apresentar o projeto na primeira edição da IGem Design League. A competição é da International Genetically Engineered Machine Competition (iGEM), e se concentra em projetos na etapa de construção da abordagem de engenharia para biologia.

O objetivo da competição é permitir a expansão desses projetos e criar soluções, aproveitando o poder das ferramentas digitais. A proposta dessa primeira edição é que as equipes mostrem soluções para resolver problemas locais através da biologia sintética.

A Equipe iGEM UnB|Embrapa que está desenvolvendo o projeto Gilluz, no DF — Foto: Divulgação

A Equipe iGEM UnB|Embrapa, que está desenvolvendo o projeto Gilluz, e participa da competição, reúne 10 estudantes dos cursos de Biologia, Biotecnologia, Farmácia, Agronomia e Administração, além de três professores e cinco mentores.

O grupo está fazendo uma vaquinha online para conseguir recursos para participar da competição. O valor arrecadado será usado na inscrição para a competição, e para aulas e softwares necessários para a execução do projeto.

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