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Braskem acelera recolhimento de  resíduos e pede esforço da sociedade (Foto: Divulgação)

Será preciso um esforço conjunto de governos, organiações, acadêmicos, startups e sociedade para fazer o consumo consciente evoluir (Foto: Divulgação)

A poluição por plástico causa impacto devastador nos ecossistemas marinhos (veja quadro ao lado). Um estudo da Fundação Ellen MacArthur e das universidades britânicas Oxford, Leeds e Common Seas mostrou que, em 2050, o peso total de plástico nos oceanos pode superar o de peixes. Tem havido progresso, mas muito lento, na direção de uma economia circular do material.

* Esta matéria faz parte da edição de março de Época NEGÓCIOS. Assine e tenha acesso à versão digital

“Não é possível enfrentar esses desafios sem esforço conjunto com governos, organizações, acadêmicos, startups e a própria sociedade, que precisa evoluir para o consumo consciente”, diz Edison Terra, vice-presidente na Braskem. “De nossa parte, estamos controlando os pellets, os grânulos milimétricos de resina termoplástica, para evitar que acabem poluindo as águas dos rios”, explica. O esforço rendeu à companhia a certificação OCS Blue, conferida pelas associações empresariais americanas das indústrias química e de fabricação de plástico e obtida até agora por 35 empresas.

O plástico originado de cana-de-açúcar vem de matéria-prima renovável — mas não evita a produção de lixo (Foto: Divulgação)

MAIS SUSTENTÁVEL O plástico originado de cana-de-açúcar vem de matéria-prima renovável — mas não evita a produção de lixo (Foto: Divulgação)

Essa iniciativa é parte do caminho da Braskem para se tornar uma companhia com menor impacto ambiental e neutra em carbono até 2050. Fabricante de resinas termoplásticas para uma imensidão de produtos, de garrafas a aparelhos médicos, a Braskem também desenvolveu um plástico verde, feito a partir da cana-de-açúcar. Para ampliar a linha de produtos à base de plástico reciclado, a empresa firmou parceria com a Tecipar, a fim de recolher 36 milhões de embalagens em Barueri e Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo. Com isso, espera evitar que mais de 2 mil toneladas de resíduos sejam despejadas em aterro sanitário. Também vai investir R$ 67 milhões em uma linha de reciclagem em Indaiatuba (SP), com a empresa alemã Valoren, especializada em tecnologias para tratamento de resíduos. O sistema deve entrar em operação no fim de 2021 e poderá recuperar 14 mil toneladas de resina reciclada de alta qualidade por ano.

Uma tragédia anunciada

O mundo produz e consome cada vez mais plástico. Até quando?

- 396 milhões de toneladas de plástico foram produzidos em 2016*
- 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono foram emitidos nessa produção 
- 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos foram coletados no mesmo ano
- Em 15 anos (de 2001 a 2016) se produziu mais plástico do que em todo o período anterior
- 37% do  lixo plástico não é tratado de forma eficiente
- 75% de todo o plástico já produzido no mundo virou lixo
- 80% da poluição plástica nos oceanos tem origem em terra
- 300 milhões de toneladas desse lixo deverão poluir os oceanos em 2030
- 100 mil animais  marinhos morrem por ano em decorrência desse lixo
*Ano mais recente com dados disponíveis.
Fonte: Relatório de 2019 da WWF e do Banco Mundial