• Época Negócios Online
Atualizado em
microplásticos (Foto: Thinkstock)

Os microplásticos são lançados no meio ambiente durante a produção e decomposição de produtos (Foto: Thinkstock)

Inimigos (quase) invisíveis, os microplásticos ameaçam mares e oceanos. Com cinco mílimetros de tamanho, no máximo, essas partículas devastam o ecossistema marinho e, consequentemente, afetam a saúde humana. Quem come peixes e frutos do mar contaminados corre o risco de ingerir polipropileno, polietileno, poliestireno... Veneno, enfim. Centros de pesquisas ao redor do mundo investigam fórmulas para livrar as águas desse poluente. Especialistas da Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU) querem usar uma propriedade pegajosa das bactérias para criar redes de micróbios semelhantes a fitas e, assim, capturar os microplásticos. As bactérias têm uma tendência natural de se agrupar e aderir às superfícies, criando uma substância adesiva conhecida como biofilme.

“É imperativo desenvolver soluções eficazes que capturem, coletem e até mesmo reciclem estes microplásticos para interromper a 'plastificação' de nossos ambientes naturais”, diz Sylvia Lang Liu, microbiologista da PolyU e líder do projeto. O estudo foi apresentado na conferência anual de Sociedade de Microbiologia --e recebeu elogios. Foi descrito, por exemplo, como "inovador e empolgante" pela cientista Joanna Sadler, pesquisadora da Universidade de Edimburgo. "Liu e colegas de trabalho demonstraram uma solução elegante para este problema, que possui um grande potencial para ser desenvolvido em uma tecnologia de tratamento de águas residuais, no mundo real”, diz Joanna. 

Até agora, a equipe da PolyU realizou um teste em laboratório usando a cepa de bactéria “aeruginosa”, transmissora de doenças para humanos e que, provavelmente, não poderia ser usada em projetos de grande escala. Contudo, os pesquisadores estão confiantes de que o método pode ser replicado na procura por outras bactérias formadoras de biofilme. 

“Em termos de captura de microplásticos, é um desenvolvimento interessante. É preciso ver se é escalonável", afirma Nicholas Tucker, professor sênior de microbiologia molecular da Universidade de Strathclyde, na Escócia. Para ele, são necessárias mais pesquisas sobre os tipos de superfícies nas quais o biofilme pode crescer.

Os microplásticos são lançados no meio ambiente durante a produção e decomposição de produtos, como sacolas de supermercado e garrafas PET. Podem chegar aos mares e oceanos por meio também de atividades cotidianas, como lavar roupas sintéticas. Embora minúsculos, representam um risco enorme para o meio ambiente. Essas partículas não são facilmente degradáveis e permanecem por muito tempo na natureza. Microplásticos foram encontrados em mais de 114 espécies aquáticas em 2018, de acordo com a Organização Marítima Internacional. A presença deles também foi detectada em peixes e frutos do mar, no sal e até em alfaces e maçãs. 

Quer conferir os conteúdos exclusivos de Época NEGÓCIOS? Tenha acesso à versão digital.

Quer receber as notícias de Época NEGÓCIOS pelo WhatsApp? Clique neste link, cadastre o número na lista de contatos e nos mande uma mensagem. Para cancelar, basta pedir. Ou, se preferir, receba pelo Telegram. É só clicar neste link.