Grupo Caoa confirma compra da Ford de São Bernardo

Da esq. para a dir.: Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do Grupo Caoa, João Doria, governador de São Paulo, e Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul (foto: Mário Curcio)

Por MÁRIO CURCIO, AB
  • 03/09/2019 - 20:23
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    O Grupo Caoa confirmou na tarde de terça-feira, 3, a compra da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo (SP). Representantes da Caoa, da Ford e o governador do Estado de São Paulo, João Doria, concederam entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. O desfecho da negociação será divulgado em até 45 dias, num processo conhecido como “due diligence”. O termo é utilizado em aquisições corporativas e se refere ao processo de análise das informação sobre a empresa à venda. Mais adiante serão divulgados o valor da negociação e novos investimentos. O grupo brasileiro dará continuidade à produção dos caminhões e também fará um automóvel ali, cuja marca ainda não foi divulgada.

    “Não haverá dinheiro do BNDES na negociação, mas talvez venhamos a utilizar o IncentivAuto”, afirma o chairman e fundador do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.



    Andrade deu a entender que o automóvel a ser produzido em São Bernardo do Campo terá marca diferente daquelas que ele já produz no Brasil (Chery e Hyundai). Disse que a fábrica “passará por mudanças para se tornar viável e lucrativa” e descartou a saída de Anápolis (GO), onde produz hoje veículos Hyundai e Chery. “Temos três lançamentos programados para lá”, garante o proprietário do Grupo Caoa, que também monta veículos da Chery em Jacareí (SP).

    De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Ford montará ela própria os caminhões até o fim de outubro. Depois disso o grupo brasileiro assumirá a operação, “produzindo sob licenciamento da montadora”, afirma o presidente do sindicato, Wagner Santana.

    “Hoje há 600 pessoas na linha de montagem da Ford. A Caoa vai gerar 750 vagas num primeiro momento”, afirma Santana. Segundo o líder sindical, a Ford mantém também 600 funcionários das áreas administrativas, que permanecerão ligados à montadora.

    Segundo o sindicato, os trabalhadores que serão recontratados pela Caoa terão os salários até 30% mais baixos que aqueles pagos pela Ford.