Jovem brasileira cria um filtro que torna a água potável a partir da luz solar

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Anna Luisa Beserra ajuda as comunidades com climas semi-áridos a ter o serviço básico de água potável.

Desde muito jovem, Anna Luisa Beserra sonhava em se tornar uma cientista. Ela brincou misturando diferentes produtos domésticos como sabonete e xampu, esperando criar novos compostos químicos.


Mas mais tarde, quando estava na escola secundária, seus desejos de infância começaram a se tornar realidade. Em uma viagem ao noroeste do Brasil, Anna Luisa visitou diferentes comunidades que estavam sofrendo sérios problemas devido à falta de água potável.


Foi esta experiência que levou Anna Luisa a colocar seu conhecimento científico a serviço de pessoas em situações extremamente vulneráveis.

Foi assim que ela decidiu planejar uma invenção e solicitar o Prêmio CNPq para Jovens Cientistas (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Uma vez que entrou no curso de Biotecnologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), começou a construir os primeiros modelos da Aqualuz.


A invenção Aqualuz é um filtro que limpa e purifica a água coletada da chuva pelos reservatórios nas áreas circunvizinhas. O processo de limpeza e purificação ocorre graças à radiação ultravioleta da luz solar.



Este filtro tem a capacidade de eliminar microorganismos causadores de doenças sem deixar resíduos tóxicos. Quando a água atinge um alto nível de pureza (pronta para beber), o marcador muda sua cor.

"Beber água limpa é um direito básico que todos devem usufruir. Mas nas áreas semi-áridas do noroeste do Brasil, a escassez de água é um problema", diz Anna Luisa.



Ela acrescenta: "Estas comunidades rurais precisam armazenar água durante a estação chuvosa para não terem que caminhar longas distâncias na estação mais seca". Às vezes, a água está contaminada e pode causar doenças".


Doenças como a cólera, disenteria, diarréia e hepatite A, entre outras, são uma das principais causas de morte no mundo relacionadas ao consumo de água insegura e à falta de acesso a saneamento e higiene adequados. Os mais vulneráveis nesta situação são as crianças, os pobres e os habitantes das zonas rurais.



A criação do filtro aqualight que limpa a água através da luz do dia rendeu à biotecnologista imaginativa Anna Luisa Beserra a bolsa de estudos Young Champions of the Earth, oferecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2019.


"Não o esperávamos (o prêmio), foi uma grande surpresa. Agora, sabemos que não só teremos o retorno financeiro para investir no projeto, mas também estamos abrindo as portas para expandir a tecnologia para a África, Ásia e outros países da América Latina", disse ele.



Esta distinção oferecida pela ONU é dirigida aos jovens entre 18 e 30 anos que têm projetos para resolver os diferentes problemas socioambientais que afetam o planeta.

Aqualuz depende apenas do sol, é simples, versátil e dura cerca de 20 anos sem a necessidade de suporte externo ou energia.


Em uma entrevista com a BBC, Anna disse: "Usamos protetor solar quando vamos à praia precisamente para nos proteger da radiação ultravioleta. Em humanos, ela danifica a pele. Mas mata as bactérias. Usamos a mesma luz para tratar a água, que se torna potável."

Quando o conhecimento científico está a serviço da saúde das pessoas em situações de extrema vulnerabilidade, ações como estas acontecem. Ana levou seis anos para realizar seu projeto e atualmente existem 5 estados que utilizam seu sistema Aqualuz, com mais de 250 famílias beneficiando-se dele.



"O objetivo é democratizar o acesso à água potável", disse o criador da Aqualuz. O acesso à água potável não só previne doenças, mas também contribui para melhorar o bem estar social e emocional das pessoas.

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