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Alfabetismo digital, soft skills e educação informal serão essenciais para os profissionais do futuro

Profissionais da indústria debatem, em evento da ABII, o perfil do profissional do futuro; entre as principais habilidades, se destacam os profissionais que buscam por conhecimento informal e tenham soft skills.

Por: Gabriela Pederneiras/CIMM      29/03/2021 

A indústria 4.0 traz para o mercado muito mais do que tecnologias de ponta e novas conexões, ela também proporciona  inovação no modo como as pessoas trabalham. Mais do que uma formação técnica específica, o profissional do futuro precisará ter a curiosidade e disposição para estar sempre à frente do seu tempo e buscando conhecimentos de forma, muitas vezes, não convencional. 

A Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), promoveu uma live sobre o assunto com profissionais do mercado que integram a associação. Na ocasião, os profissionais falaram sobre o perfil do profissional do futuro no contexto da Indústria 4.0.

Cláudio Goldbach, CEO da TERMICA Solutions, destaca que tanto para os profissionais que ainda estão em formação quanto para os que já estão há um tempo no mercado, além de estarem atentos às tendências destacadas pelo mercado é necessário “ter um nível de alfabetismo digital''. 

“Não é mais suficiente falar português e fazer contas, os profissionais precisam  saber conviver com o mundo digital”, disse.

Além disso, Aléx Kuhnen, coordenador de educação 4.0 no SENAI/SC, complementa que uma das principais características dos profissionais do futuro deve ser a inquietação. “As pessoas precisam ser inquietas, acordar e buscar conhecimento todos os dias. O profissional do futuro começa hoje, não pode esperar até as vagas chegarem no mercado”, destaca. 

Para Marcelo Gramigna, product manager TOTVS, ter flexibilidade é mais um ponto essencial para a construção desse profissional. “A indústria 4.0 é uma junção de diferentes tecnologias, os profissionais que a formam precisam entender de tudo um pouco, para que sejam capazes de compreender o processo. Imagina o cliente precisar falar com 10 pessoas diferentes para discutir uma demanda? É preciso que o profissional tenha a capacidade de atender o cliente de forma completa”, pontua. 

Demanda por profissionais do futuro

Muitas empresas já precisam hoje desse tipo de profissional, mas é preciso  buscar se desenvolver nas habilidades elencadas para ter mais oportunidades no futuro. Kuhnen, do Senai, destaca que é importante pensar além da formação formal e procurar se desenvolver conversando com pessoas do mercado,assistindo vídeos na internet, enfim, se utilizando de todos os recursos disponíveis para alcançar um conhecimento que, muitas vezes, ainda não é passado pelas faculdades. 


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Isso porque a demanda atual não é igual à futura. Gramigna, da TOTVS, explica que os cursos formais respeitam uma lógica de oferta e demanda. Então, para formar cada vez mais  profissionais do futuro, as empresas precisam começar a gerar essa demanda, seja por meio de áreas especializadas em transformação digital ou pioneirismo tecnológico. Segundo o profissional, esse é o principal papel dos gestores nesse cenário: gerar a demanda para impulsionar a oferta de cursos que formem os profissionais do futuro. 

Enquanto isso, Goldbach, da TERMICA Solutions, aconselha que os profissionais pesquisem quais as habilidades que as profissões do futuro vão demandar. Assim é possível identificar quais precisam de melhor aprimoramento e começar, desde já, a se aperfeiçoar habilidade por habilidade. 

Interação social como habilidade para o futuro

Como para muitas habilidades ainda não existem cursos, ou demanda, a melhor forma de se desenvolver é conversando com outros profissionais que já atuam nessa área. Para isso é necessária uma das principais habilidades do futuro: a interação social.

Saber se comunicar, ouvir e respeitar as informações divergentes será uma skill  essencial para os profissionais do futuro. Com um mundo cada vez mais digital, a comunicação é o que liga as pessoas, ajuda a resolver problemas complexos, permite o entendimento de diversas funções e evolução constante. 

Uma dica para se desenvolver nesse sentido, segundo Andrea Dela Plata, gestora de RH na Pollux Automation, é fazer estágios desde o começo da faculdade - mesmo que não remunerados. A interação com as pessoas fará com que, além da parte teórica, o profissional vá para o mercado com uma bagagem prática e networking. 

Para finalizar, os participantes destacaram que a principal característica do profissional do futuro é pensar sempre à frente e estar aberto a mudanças, procurando se adaptar a elas, independente da demanda do mercado, estímulo da empresa em que atua ou cursos formais. 

Quem é o profissional do futuro para a indústria 4.0?

O Centro de Inovação SESI de Longevidade e Produtividade realizou uma pesquisa, em 2020, para identificar as habilidades técnicas e comportamentais dos profissionais do futuro dentro da indústria 4.0. 

A nove habilidades técnicas identificadas foram: 

  • Big data & Analytics;
  • Cibersegurança;
  • Computação na Nuvem;
  • Integração de Sistemas;
  • Internet das Coisas;
  • Manufatura Aditiva;
  • Realidade Aumentada;
  • Simulação;
  • Sistemas Autônomos.

Já as nove comportamentais foram:

  • Comunicação;
  • Mentalidade digital;
  • Gestão;
  • Resolução de problemas;
  • Trabalho em equipe;
  • Pensamento crítico;
  • Gestão de pessoas;
  • Aprendizagem ativa.

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