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Reeleito, nova gestão de Rafael Greca foca em inovação e segurança.
OBRAS ASFALTO – PREFEITO RAFAEL GRECA| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/ Gazeta do Povo

Curitiba reelegeu, no último dia 15 de novembro, o engenheiro com especialização em urbanismo Rafael Greca de Macedo (DEM) para mais quatro anos à frente da prefeitura. Somando à primeira passagem de Greca pelo Palácio 29 de Março, entre 1993 e 1996, o prefeito chega a seu terceiro mandato na capital: o único prefeito eleito três vezes pelos curitibanos. No dia seguinte à sua vitória, Greca concedeu entrevista a esta coluna, na Gazeta do Povo. Mas respondeu, também, questões específicas e exclusivas para a Revista Pinó. Confira:

O senhor apresentou um plano de governo com 250 propostas, muitas delas relativas a obras públicas. O que será prioridade já nos primeiros meses de gestão?

Nós estamos com os projetos sendo feitos, de todas as travessias da BR, da Pirâmide Solar da Caximba, da rotatória aérea do Orleans, mas projetos de engenharia são complexos e levam entre sete e 12 meses. Ninguém calcula uma mega obra de engenharia com a velocidade de quem faz um desenho. Também temos o grande anel do Inter 2, que é um projeto fabuloso, já foi contratado, estou pagando pela prefeitura e logo vou assinar o convênio com o BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento).

Quais ações específicas estão previstas para a retomada econômica da cidade em uma Curitiba pós-pandemia?

A retomada econômica já está acontecendo, está tudo aberto em Curitiba. Tem R$ 100 milhões à disposição do empresariado nas Ruas da Cidadania, nos Espaços do Empreendedor, (empréstimos) que podem ser feitos através dos orientadores do Sebrae, também pelo site do Sebrae. E tem, também, o Natal, com o uso de um canal streaming, que vai empregar 2 mil artistas entre músicos, bailarinos, figurinistas, maquiadores, iluminadores, além de pessoal de turismo receptivo.

Nós vamos convidar a população a percorrer os cenários do natal em “drive tour”. As pessoas, dentro do automóvel, vão percorrer o Parque Náutico e o Parque Barigui. E vamos ter, também, eventos presenciais no Jardim Botânico, no Passeio Público e no Parque Tanguá. Além disso, estamos em execução com 15 mil empregos no programa de obras da cidade. Mais 75 ruas que vão ganhar asfalto novo. E, para o ano que vai nascer, vão ser 85 mil novos empregos, gerados a partir dos R$ 2 bilhões que eu tenho já contratados para gastar em obras para fazer essa grande cidade funcionar.

Como o conceito de “cidade para pessoas” está presente em seu novo governo e quais as intervenções previstas em mobilidade urbana, revitalização de áreas públicas e ciclomobilidade?

O Programa de Mobilidade Urbana de Curitiba tem o cidadão como referência. Leva em conta não apenas a evolução do transporte de massa para modais movidos à energia limpa, mas, também, e principalmente, a criação de condições de deslocamentos seguros em todas as modalidades para os diversos destinos, seja para casa, trabalho, núcleos de comércio ou áreas públicas de lazer e recreação. A “Cidade para as pessoas” leva em conta a garantia do ir e vir seguro do curitibano na condição de pedestre, o elo mais vulnerável desta corrente de deslocamento, com a reestruturação e implantação de calçadas em locais de grande circulação com vistas à acessibilidade plena, não apenas na região central, mas também nos centros de bairro. As calçadas serão melhoradas como pontos de encontro, convivência e contemplação da paisagem, incluindo a caminhabilidade de gênero que garante deslocamentos seguros em pavimentos compatíveis e a visibilidade dos pedestres no ambiente de circulação.

Já as ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas estão contempladas no Plano de Estrutura Cicloviária, criado em 2019, e que deverá dobrar a rede de vias para a bicicleta, alcançando mais de 400 quilômetros até 2025.

No transporte coletivo, as estações propostas para o novo Inter 2 serão núcleos de promoção ao transporte intermodal e também espaços de convivência. No entorno dos chamados prismas solares serão criados ambientes de estar e interação, com bancos, jardinetes elevados e áreas de estar, como praças compactas.

Com a tecnologia disponível, mais que estações, os prismas solares serão polos inteligentes e de integração do sistema de transporte multimodal de Curitiba (ônibus, bicicleta, patinetes, táxis, transporte por aplicativo). A estrutura servirá de base, inclusive, para a futura utilização de ônibus movidos a energia elétrica na linha; possibilitando a recarga dos veículos durante as paradas nas estações e a utilização e recarga de outros modais elétricos da estação, como patinetes, bicicletas e car-sharing.

Quais são os planos para o futuro do Vale do Pinhão?

O Vale do Pinhão, em pouco tempo, já é responsável por uma transformação, com soluções inovadoras em áreas como empreendedorismo, mobilidade urbana, saúde, educação e meio ambiente. Nos próximos anos, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, que representa o Município na articulação junto ao ecossistema, vamos intensificar projetos ligados aos pilares estruturantes do Vale do Pinhão.

Vale do Pinhão estimula a inovação em Curitiba.
O Vale do Pinhão segue como uma prioridade da prefeitura para fomentar a área de inovação.| Agência Curitiba/Divulgação

Serão ações e projetos como o Hub de Inovação no Engenho de Inovação do Rebouças, ampliação do Empregotech preparando jovens para o emprego do futuro, ampliação dos programas Bom Negócio e Empreendedora Curitibana. Vamos ampliar o Worktiba, agora também digital, com a criação de uma rede de startups, investidores e mentores, e a ligação com aceleradoras nacionais. Também vamos gerar oportunidades às startups com recursos do Fundo Municipal de Inovação. Ampliar o Tecnoparque, programa de fomento para empresas que investem em tecnologia e inovação na capital. Mas acima de tudo vamos manter o diálogo, a conexão e a interação com o ecossistema, pois o Vale do Pinhão é uma conquista da cidade que veio para ficar.

A cidade hoje já é reconhecida como um polo de inovação no país e realiza um dos mais importantes eventos da área, o Smart Cities. O que pretende fazer para que Curitiba seja uma cidade inteligente?

Já somos uma Cidade Inteligente. Curitiba esteve nos últimos anos entre as três cidades mais inteligentes do Brasil no ranking Connected Smart Cities e ficou entre as seis cidades mais inteligentes do mundo no World Smart City Awards de Barcelona. Esses reconhecimentos comprovam que estamos no caminho certo, nas ações da Prefeitura e do Vale do Pinhão. Mas vamos avançar muito mais. Vamos tornar nossa gestão cada vez mais digital, com soluções inovadoras e conectadas. O Hipervisor Urbano será uma ferramenta de gestão e integração de informações do setor público e também do privado visando a auxiliar o planejamento da cidade e o gerenciamento dos serviços públicos.

Já temos uma política de dados abertos eficiente, mas vamos ampliá-la. Aprimorar os APPs existentes e desenvolver novos aplicativos ampliando a oferta de serviços digitais nas mais diversas áreas de atuação da prefeitura. Teremos o projeto Luz de Curitiba, uma assistente virtual, baseada em inteligência artificial por meio de voz. Vamos modernizar a Central de Atendimento ao Cidadão 156. Vamos incentivar ainda mais a mobilidade elétrica, implantar a Plataforma MaaS (Mobilidade como Serviço), disponível em portal de internet e via aplicativo, que dará ao cidadão opções de escolha do tipo de modal de transporte, a definição do percurso, a composição de tarifas, entre outras facilidades. Lançar o táxi verde com veículos elétricos e ampliar a frota de ônibus elétricos, implantar um plano de Turismo Inteligente.

Mobilidade é um dos destaques da capital.
A prefeitura pretende dobrar a extensão de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, alcançando mais de 400 quilômetros até 2025.| SMCS/Divulgação

Na segurança estamos iniciando a Muralha Digital, com incentivo à população (residências, prédios e condomínios) e empresas (comércio/serviços), para adesão ao videomonitoramento, buscando reduzir as ações de vandalismo, depredações, furtos, roubos e/ou apropriações indébitas e, consequentemente os índices de criminalidade.

Na saúde, vamos continuar com a videoconsulta, que fomos a primeira cidade a lançar na pandemia. Novas funcionalidades para o Aplicativo Saúde Já, como receituário on-line, resultado de exames, direcionamento do atendimento. Outro grande projeto é a Caximba, que será um bairro inteligente, um grande laboratório de inovações urbanas. Sem falar no antigo aterro, que terá a Pirâmide Solar da Caximba, com usina de biomassa e usina fotovoltaica. Planejamos também usinas fotovoltaicas na Rodoviária e nos Terminais Pinheirinho, Boqueirão e Santa Cândida. Nosso foco como Cidade Inteligente é o bem-estar das pessoas, ter ações, programa e serviços que facilitem a vida do curitibano.

O setor de bares e restaurantes foi bastante afetado pela pandemia. Umas das reivindicações é a ampliação do uso das calçadas. Como a prefeitura pode ajudá-los nesse momento de retomada?

Bares, restaurantes, confeitarias e cafés podem colocar mesas e cadeiras na calçada. O licenciamento tem legislação específica, porém, em função da pandemia, a Prefeitura tem nova proposta para o setor, incluída no Programa de Retomada Econômica Pós-Pandemia. A intenção, apresentada em um estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), é a possibilidade de restaurantes e bares ocuparem parte dos passeios e vagas de estacionamento com a colocação de mesas e cadeiras nas calçadas.

A medida seria implantada a partir de demarcações específicas no piso, definindo a posição das mesas e garantindo distâncias seguras para as atividades que ocorrem nas áreas externas. Os modelos sugeridos são para os polos existentes no Largo da Ordem e o Setor Histórico e a Rua Prudente de Moraes, podendo ser estendidos, a partir de avaliações pontuais, a demais áreas da cidade que ofereçam condições e demandas similares.

O uso de parte das calçadas pelos restaurantes é uma das medidas que compõe o caderno com propostas para o convívio seguro no espaço público e para a promoção de ações de fortalecimento econômico da cidade em paralelo à prevenção e controle do novo coronavírus. Para ser aprovada, a proposta precisa da validação das autoridades sanitárias com base no quadro de agravamento da pandemia.

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